O presidente do Parlamento tunisiano e líder do Partido Ennahda, Rached Ghannouchi, disse, na quinta-feira, que a unidade antiterrorismo convocou mais de 30 parlamentares que participaram de uma sessão online em desafio ao presidente, Kais Saied.
Em entrevista ao canal de notícias Al-Jazeera, Ghannouchi descreveu a convocação como uma “questão perigosa”.
Na quarta-feira, o Parlamento da Tunísia realizou uma sessão online; a primeira desde que Saied anunciou, no ano passado, que estava suspendendo a Câmara, informou a Reuters.
Saied respondeu à sessão durante a noite dissolvendo a câmara e ordenando investigações sobre mais da metade dos membros do Parlamento que participaram.
Em sua entrevista, Ghannouchi rejeitou a decisão de Saied de dissolver o Parlamento, dizendo que isso ameaça “a Tunísia e sua segurança”.
“Resistiremos a isso por meios populares e legais. Não com exclusão do outro, e pedimos um diálogo nacional que inclua todos os partidos. Sou eleito pelo povo, e o presidente Saied não tem o direito de dissolver o Parlamento”, afirmou.
Durante a sessão da última quarta-feira, os parlamentares votaram a favor de uma lei que anula as medidas excepcionais anunciadas por Saied desde 25 de julho.
Forças políticas e sociais rejeitam as medidas excepcionais de Saied e as consideram um “golpe contra a constituição”.
LEIA: Sindicato Geral da Tunísia sugere dissolução do parlamento