O Presidente da Argélia Abdelmadjid Tebboune perdoou 1.076 prisioneiros e emitiu “medidas de clemência” em favor de 70 detentos do movimento pró-democracia Hirak, reportou a rede de notícias AFP.
“Na ocasião do mês sagrado do Ramadã, segundo a Constituição, o presidente … assinou neste domingo (3) um decreto para estipular perdão a 1.076 prisioneiros condenados”, destacou seu gabinete. “O presidente ordenou também medidas de clemência que afetam setenta detentos [não-condenados] relacionados a casos de violação da ordem pública”.
Os casos mencionados referem-se a ativistas do movimento Hirak, que ganhou tração em fevereiro de 2019, na forma de protestos de massa que culminaram na queda do longevo presidente Abdelaziz Bouteflika.
Os manifestantes continuaram a exigir a mudança no regime até eclodir a pandemia de coronavírus, no início de 2020.
A maioria dos prisioneiros foi libertada de sua “prisão preventiva” na quarta e quinta-feira.
Alguns foram acusados de “promoção do terrorismo”, incluindo o proeminente ativista civil Zaki Hanash, destacou o Comitê Nacional para Libertação dos Detentos.
Neste entremeio, cerca de 300 pessoas foram presas na Argélia por atividades vinculadas ao movimento Hirak ou sob acusações ligadas a liberdades individuais, acrescentou a entidade.
Um dos ícones do movimento popular, Ibrahim Lallami, também foi libertado. Lallami foi sentenciado a dois anos de prisão sob diversas acusações, incluindo “discurso de ódio” e “chamados por aglomeração desarmada”.
Lallami esteve entre os primeiros ativistas a denunciar a candidatura de Bouteflika a um quinto mandato presidencial. Lallami foi preso em junho de 2019, a caminho da Espanha.