Na noite deste domingo (3), soldados israelenses invadiram a área do Portão de Damasco, que concede acesso à Cidade Velha na cidade ocupada de Jerusalém Oriental. Trata-se do segundo ataque em apenas dois dias. Treze pessoas foram presas e vinte ficaram feridas.
Segundo a agência de notícias Wafa, forças israelenses atacaram jovens palestinos reunidos no local, para dispersá-los à força após a oração do Taraweeh, na Mesquita de Al-Aqsa.
O Portão de Damasco serve como ponto de encontro a muitos palestinos, sobretudo durante o Ramadã e festas religiosas, com intuito de realizar suas orações em Al-Aqsa, terceiro lugar mais sagrado para o Islã.
No último ano, no primeiro dia do Ramadã, autoridades da ocupação isolaram o local.
Os ataques da noite de ontem tiveram início após soldados intensificarem sua presença na área, reafirmou um correspondente da Wafa, e colocarem barreiras em ambos os lados do Portão de Damasco.
Soldados assediaram e feriram 13 palestinos, incluindo um idoso que sofreu trauma na cabeça, relatou a Sociedade do Crescente Vermelho da Palestina. Quatro pessoas foram hospitalizadas; o restante recebeu primeiros-socorros no local.
Na tarde de domingo, o chanceler israelense Yair Lapid decidiu visitar o Portão de Damasco, para conceder apoio aos reforços policiais no perímetro sob ocupação.
A Autoridade Palestina (AP) condenou a visita de Lapid, ao descrevê-la como “parte do esquema de expansionismo sionista que busca limitar as liberdades do povo palestino”.
Ramallah criticou o fato de que um ministro do alto escalão israelense “reconhece apenas a necessidade de proteger feriados judaicos, ao ignorar festas islâmicas e cristãs”. Em seguida, reiterou: “Trata-se de um sistema de apartheid”.