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Anistia insta Arábia Saudita a libertar quatro refugiados uigures

Protesto contra as políticas da China contra muçulmanos uigures e outras minorias etnorreligiosas, em frente à embaixada de Pequim em Londres, 1° de julho de 2021 [Hasan Esen/Agência Anadolu]
Protesto contra as políticas da China contra muçulmanos uigures e outras minorias etnorreligiosas, em frente à embaixada de Pequim em Londres, 1° de julho de 2021 [Hasan Esen/Agência Anadolu]

Nesta segunda-feira (4), a Anistia Internacional fez um apelo à Arábia Saudita para libertar quatro refugiados uigures, incluindo uma mãe e sua filha de 13 anos de idade, ao invés de enviá-los de volta à China, onde estão sujeitos a perseguição etnorreligiosa.

“Autoridades sauditas devem liberar imediatamente os quatro uigures … sob risco de serem enviados a campos de internação de caráter repressivo, caso retornem à China”, destacou a Anistia, ao insistir que os planos de deportação estão em curso.

“Buheliqiemu Abula e sua filha foram presas perto de Meca, na quinta-feira (31), e relataram enfrentar deportação junto de dois homens uigures previamente apreendidos”, prosseguiu a Anistia, conforme mensagem de amigos da família.

Os outros dois uigures detidos são Nuermeiti Ruze, ex-marido de Abula, e Aimidoula Waili, em custódia desde novembro de 2020.

Lynn Maalouf, vice-diretora da Anistia, comentou o caso: “Deportar essas quatro pessoas – incluindo uma criança – à China, onde uigures e outras minorias enfrentam uma campanha hedionda de aprisionamento em massa, perseguição e tortura, representaria uma violação ultrajante da lei internacional”.

“Conforme o tempo se esgota para salvar os quatro uigures de sua catastrófica extradição, é crucial que governos com laços diplomáticos com a Arábia Saudita se apresentem para instar Riad a manter suas obrigações e impedir as deportações”, acrescentou.

Waili e Ruze foram levados de Jeddah a Riad e então devolvidos à metrópole em 16 de março, confirmou a Anistia, o que sugere sua iminente extradição à China.

“O governo saudita deve interromper qualquer tentativa de deportar os quatro uigures a China e libertá-los da prisão imediatamente, a menos que sejam indiciados com crimes reconhecidos internacionalmente”, reafirmou Maalouf.

“Aliados estratégicos, como Estados Unidos e Reino Unido, não devem lavar as mãos ao passo que o reino ignora deliberadamente a lei de direitos humanos”, concluiu. “A comunidade internacional deve fazer tudo o que pode para impedir a extradição ilegal de uigures à China”.

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