Rede humanitária fundada por refugiado sírio acolhe ucranianos na Romênia

Família de refugiados ucranianos caminham pelo terreno do Monastério de São João Batista em Ruscova, Romênia, 30 de março de 2022 [Andreea Campeanu/Getty Images]

Uma organização humanitária fundada por um refugiado sírio está recebendo ucranianos na Romênia, que compartilha 650 km de fronteira com o território invadido pelo exército russo.

A Refugee4Refugees está socorrendo refugiados ucranianos na Europa, ao lhes oferecer alimentos, roupas, assessoria jurídica e abrigo, segundo informações da rede ABC News.

Omar Alshakal fugiu da guerra civil na Síria em 2014, quando tinha 17 anos, e chegou à Grécia após permanecer à deriva por 14 horas no litoral da Turquia.

“O que tentamos oferecer aqui é uma área segura para que as pessoas possam descansar algumas horas durante a noite”, declarou Omar à agência de notícias.

Dois dias após deflagrar-se a intervenção militar russa contra o país vizinho, já havia 64 mortes civis, segundo o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). No último domingo (4), este mesmo índice estava em 1.430 vítimas.

LEIA: A Ucrânia oferece uma oportunidade para a paz na Europa e além

Milhares de pessoas estão sem luz ou água; casas, hospitais e escolas foram bombardeados.

Uma cova coletiva de 14 metros foi encontrada em Bucha, perto de Kiev, capital da Ucrânia. Jornalistas reportaram corpos com ferimentos a bala na cabeça e as mãos atadas às costas: indícios de execução sumária.

Voluntários de diversas organizações reúnem-se na fronteira de Siret, norte da Romênia, para receber os refugiados e lhes proporcionar uma refeição quente. Bombeiros ajudam as famílias com suas bagagens e tendas.

Mais de dez milhões de pessoas deixaram suas casas na Ucrânia após a invasão russa, em 24 de fevereiro, entre deslocados internos e requerentes de asilo no exterior. Países europeus, como Hungria, Polônia e Romênia, mantiveram suas fronteiras abertas até então.

Aproximadamente 609 mil pessoas chegaram à Romênia; 2.3 milhões de refugiados atravessaram à Polônia, que reivindica recursos para suprir a demanda.

A União Europeia conferiu aos ucranianos o direito de residir e trabalhar nos países-membros por três anos, incluindo acesso a assistência social, habitação, tratamento médico e ensino às crianças.

Sair da versão mobile