A Anistia Internacional condenou um projeto de lei proposto pelos senadores republicanos Rick Scott e Mike Braun, conhecidos por sua postura pró-Israel nos Estados Unidos, com o intuito de negar recursos federais à organização de direitos humanos.
Scott e Braun justificaram a emenda ao acusar a Anistia de promover uma “agenda anti-Israel”.
“A legislação resulta de evidências de que a Anistia Internacional, que recebeu mais de US$2.5 milhões em recursos federais nas últimas duas décadas, esteja utilizando sua plataforma como organização não-governamental para alimentar e propagar rumores antissemitas contra Israel, maior aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio”, alegaram os senadores.
“A Anistia provou-se uma fraude em ‘direitos humanos’, que perpetua propaganda antissemita e recusa-se a responsabilizar regimes genocidas em todo o mundo, como a China comunista, o Irã, a Rússia e a Venezuela”, acrescentou Scott, a despeito de iniciativas globais da organização.
Segundo o senador pelo estado da Flórida, o dinheiro do contribuinte americano não deveria ser utilizado para “demonizar nosso grande aliado, Israel”.
Em nota, o ramo do grupo humanitário nos Estados Unidos contrapôs as acusações: “A Anistia está acostumada a tornar-se alvo por seu trabalho. Devido a nossos apelos por ação em nome dos direitos humanos, fomos forçados a fechar nossos escritórios na Índia e em Hong Kong. O regime russo recentemente removeu o acesso à internet de nosso gabinete em Moscou”.
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O grupo negou abater-se pela iniciativa pró-sionista, ao reiterar: “Caso o senador Scott tivesse conversado com alguns de nossos dez milhões de apoiadores nos Estados Unidos e em todo o mundo, saberia que não seríamos intimidados por táticas autoritárias”
A Anistia destacou ainda que as ações de ambos os parlamentares representam tentativas de distrair o público e deslegitimar trabalhos de pesquisa e monitoramento de direitos humanos.
Ao refugar a difamação de antissemitismo, propagada por Scott e Braun à imprensa americana, a Anistia Internacional reafirmou seu repúdio a todas as formas de discriminação – “nos termos mais veementes possíveis”.
Em fevereiro, a Anistia juntou-se a outros grupos de direitos humanos ao reconhecer Israel como estado de apartheid. Desde então, é acusada por entes sionistas de “antissemitismo”.
Ativistas palestinos desmentem tais ataques como tentativa de difamar sua campanha legítima por direitos e pelo fim das reiteradas violações israelenses nos territórios ocupados.
Apoiadores da Anistia reiteram que o grupo jamais foi acusado de racismo até publicar seu relatório que expõe os crimes de lesa-humanidade conduzidos por Israel.
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