A Casa Branca, sob a presidência de Joe Biden, encaminhou uma correspondência ao congresso na qual defende a potencial venda de jatos combatentes F-16 à Turquia em nome de interesses nacionais e da união da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
A carta, compartilhada com a agência Reuters, sucede uma solicitação turca, submetida em outubro, para comprar 40 jatos de guerra e 80 kits para modernizar sua frota. Em março, o presidente Recep Tayyip Erdogan informou que as negociações progrediam positivamente.
Em 2020, sob o governo de Donald Trump, Washington havia sancionado a Turquia pela aquisição do sistema russo S-400, além de remover o aliado na OTAN do programa F-35.
Na ocasião, a Casa Branca alegou o sistema de defesa S-400 poderia ser utilizado por Moscou para obter dados clandestinos sobre o programa F-35, além de ser inacessível à monitoria da OTAN. Ancara, no entanto, insiste que sua compra não representa risco à coalizão.
Naz Durakoglu, chefe do Departamento de Estado para Assuntos Legislativos, reconheceu em carta ao congressista Frank Pallone as tensões sobre a venda de armas à Turquia; no entanto, argumentou que manter as sanções representariam “um preço substancial a ser pago”.
“Nossa gestão crê que há uma aliança de longa data e interesses de capacidade com a OTAN, além da própria segurança nacional dos Estados Unidos e benefícios econômicos, embasados por laços comerciais adequados com a Turquia”, destacou Durakoglu.
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“A venda proposta demanda notificação do Congresso caso o Departamento de Estado decida aprová-la”, continuou. “Reiteramos nosso compromisso com a tramitação estabelecida para o comércio de defesa, incluindo supervisão parlamentar”.
Durakoglu enfatizou ainda as contribuições ativas de Ancara à OTAN, além de seu apoio à “cooperação de defesa e integridade territorial da Ucrânia”, ao descrever tais ações como “importante elemento de dissuasão a influência maléficas na região”.
O Departamento de Estado não confirmou a autenticidade da carta, mas um oficial de alto escalão, em condição de anonimato, corroborou à imprensa que a Washington “valoriza de maneira veemente sua parceria com a Turquia”.
“Estados Unidos e Turquia tem laços de defesa profundos e duradouros e a operabilidade de Ancara junto da OTAN permanece uma prioridade”, reafirmou a fonte.