A inflação anual sobre o consumidor urbano no Egito chegou a 10.5% em março, seu maior registro em quase três anos, em um ritmo muito mais rápido do que esperado, apontaram dados da agência de estatísticas CAPMAS neste domingo (10).
Em fevereiro, a inflação foi estimada em 8.8%; a previsão para o mês seguinte era de 10%, conforme um quadro de 14 analistas reunidos pela Reuters.
O aumento nos preços foi causado em parte pela escassez de commodities, após deflagrar-se a invasão russa contra a Ucrânia, que levou a inflação a valores muito acima da meta nacional de 5 a 9%, além de uma taxa de juros calculada em 9.25%.
Ambos os países em guerra exportam a grande maior parte do trigo consumido no Egito.
Neste contexto, alguns analistas esperam inflação ainda maior nos próximos meses.
“O aumento nas tendências inflacionárias é bastante esperado e seu pico deve ser em agosto; em seguida, deve normalizar-se”, argumentou Radwa el-Swaity da Agência Corretora Pharos.
Sara Saada, pesquisadora da CI Capital, observou que o governo deve aumentar também o custo dos combustíveis. “Esperamos que a inflação atinja seu ápice em abril, sob uma taxa anual entre 12.5 e 13%, que reflete a maior carestia no petróleo”, acrescentou.
A Naeem Research afirmou que o aumento deve ser atribuído ao preço das commodities, assim como a última desvalorização da moeda, em 21 de março: 15% em relação ao dólar. “Com o impacto completo da depreciação da libra … espera inflação ainda maior em abril”, relatou a empresa em comunicado.
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