O Irã confirmou que receberá parte de seus ativos de US$ 7 bilhões descongelados pela Coreia do Sul até o final desta semana, informou a Agência Anadolu.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Saeed Khatibzadeh, disse, em uma entrevista coletiva em Teerã, que a estrutura necessária para desbloquear os ativos já foi identificada e acordada.
Ele disse que uma delegação de alto nível de um país regional visitará Teerã esta semana para finalizar o mecanismo para desbloquear o que ele chamou de “ativos significativos”, sem mencionar o nome do país.
Teerã acusou Seul de congelar mais de US$ 7 bilhões em reservas cambiais sob pressão dos EUA.
A questão levou a laços desgastados entre os dois países, espalhando-se em diferentes áreas.
Em janeiro, o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Bagheri, disse ao seu colega sul-coreano, Choi Jong-kun, à margem das negociações nucleares de Viena, que Seul estava “obrigada” a liberar os ativos congelados do Irã e que as sanções dos EUA não podem justificar o não pagamento.
O anúncio oficial na segunda-feira ocorreu após dias de intensas especulações da mídia de que ativos congelados seriam liberados e transferidos para contas bancárias iranianas no padrão de estrutura sob o qual o Reino Unido liberou os ativos do Irã.
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Há relatos de que os ativos do Irã na Coreia do Sul seriam desbloqueados em troca da libertação de três iranianos-americanos – Morad Tahbaz, Baqer Namazi e Siamak Namazi – que estão presos no Irã.
No mês passado, o Reino Unido liberou US$ 530 milhões que devia ao Irã por um acordo de armas cancelado na década de 1970 em troca da liberdade de dois britânicos-iranianos presos por acusações de espionagem.
O Irã tem mais de US$ 100 bilhões em ativos congelados em países estrangeiros, incluindo Coreia do Sul, Iraque, Japão, Canadá, entre outros.
Os fundos foram congelados logo depois que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, retirou seu país do acordo nuclear de 2015 e reimpôs duras sanções a Teerã.
Segundo fontes, o acordo para descongelar ativos na Coreia do Sul não tem relação com as negociações de Viena, que foram suspensas devido a alguns pontos importantes entre Teerã e Washington.