No último sábado (9), o Twitter suspendeu a conta em árabe do brigadeiro-general Yahya Saree, porta-voz das forças armadas iemenitas alinhadas ao governo houthi.
A conta possuía 300 mil seguidores e estava ativa desde novembro de 2018, concedendo atualizações e notas oficiais sobre as operações militares do grupo rebelde contra Arábia Saudita e seu aliado de coalizão, Emirados Árabes Unidos.
The Arabic account of Yahya Saree the Yemeni armed forces spokesperson has been suspended by Twitter#Twitter, The United States state-affiliated media, doing everything in its power to silence the oppressed voice of #Yemen pic.twitter.com/j2cM3evqee
— Soureh 2 🇮🇷🇵🇸 (@Soureh_design2) April 10, 2022
A página administrada por Saree compartilhava acontecimentos em campo ao longo da guerra, travada entre rebeldes houthis, ligado ao Irã, e tropas que intervêm a favor do governo exilado de Abd Rabbuh Mansour Hadi, lideradas pela Arábia Saudita.
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A conta em inglês de Saree permanece ativa; nesta segunda-feira (11), o militar compartilhou uma mensagem em árabe para denunciar a medida da rede social como “censura alinhada às forças agressoras”, com intuito de “silenciar vozes que expõem seus crimes”.
Saree criou outra conta em árabe – até então, com 12 mil seguidores.
Há alguns dias, Hadi destituiu seu vice-presidente, Ali Mohsen al-Ahmar, e transferiu poderes a um novo conselho executivo. Há esperanças de que a iniciativa traga novos avanços políticos ao conflito de quase nove anos.
O conselho, chefiado por um antigo assessor de Hadi, inclui oito membros, com representação igualitária entre norte e sul do país. Excluídos do comitê, os houthis – governantes de facto na capital Sana’a – criticaram sua instauração, ao denunciá-lo como “ilegítimo”.
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