Os militares do Sudão libertarão os detidos políticos para criar uma atmosfera favorável ao diálogo no país, de acordo com o chefe do exército, informou a Agência Anadolu.
“Iniciamos procedimentos para libertar detidos políticos dentro de dois ou três dias”, disse o general Abdel Fattah Al-Burhan em comunicado.
Ele disse que a medida visa “estabelecer a atmosfera para o diálogo e contribuir com outros para alcançar a reconciliação”.
De acordo com o comunicado, al-Burhan, chefe do Conselho Soberano, reuniu-se com o procurador-geral e o chefe de justiça do país para “estudar a situação legal dos detidos e acelerar os procedimentos” para sua libertação.
Ele também “orientou os órgãos competentes a rever o estado de emergência e a manter alguns itens visando a segurança nacional e a economia”, acrescentou o comunicado.
O chefe do Exército disse que os militares estão prontos “para renunciar e entregar o poder aos civis no caso de um acordo entre as forças políticas”.
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O Sudão está em crise desde 25 de outubro de 2021, quando os militares destituíram o governo de transição do primeiro-ministro Abdalla Hamdok e declararam estado de emergência, em uma medida condenada por grupos políticos como um “golpe militar”. Desde então, o país tem visto protestos quase diários exigindo um regime civil total.
Na quinta-feira, a coalizão Forças da Liberdade e Mudança da oposição disse que não prosseguirá com nenhum processo político sem a libertação dos detidos políticos e a abolição do estado de emergência.