Uma corte britânica emitiu nesta quarta-feira (20) uma ordem formal para extraditar Julian Assange, cofundador do WikiLeaks, aos Estados Unidos, para ser julgado por “espionagem”.
O chefe dos magistrados, Paul Goldspring, aprovou a extradição após breve audiência.
“Em termos leigos, sou obrigado a encaminhar seu processo à Secretaria de Estado”, declarou Goldspring ao réu. O veredito caberá, dessa forma, a Priti Patel, ministra britânica de assuntos internos, com prazo em maio. Assange poderá então recorrer na Suprema Corte.
Os advogados de defesa, todavia, tentarão convencer Patel a não deportá-lo.
Assange compareceu à audiência final por videoconferência.
LEIA: Criminalizar jornalistas por dizerem a verdade não é do interesse de ninguém
Mark Summers, um de seus advogados, afirmou ao tribunal que sua equipe encaminhará “considerações graves” à ministra britânica sobre as condições e a eventual sentença nos Estados Unidos.
Em frente ao tribunal, um grupo de pessoas — incluindo o ex-líder trabalhista, Jeremy Corbyn — reuniu-se para protestar pela libertação de Assange. Corbyn manifestou esperanças de que Patel reconheça sua “responsabilidade” em nome da liberdade de expressão e da democracia.
“[Assange] não fez mais que contar ao mundo sobre políticas militares e os horrores da guerra no Iraque e Afeganistão e penso que devemos agradecê-lo”, acrescentou Corbyn a jornalistas.
Caso deportado, Assange enfrentará 18 acusações de hackear computadores do governo dos Estados Unidos, assim como espionagem. Sua condenação pode chegar a 175 anos de prisão.
Assange, de 50 anos, foi retirado da embaixada do Equador em Londres em 2019, onde estava asilado há mais de sete anos. A polícia britânica o prendeu em nome da Casa Branca em 2012.