O tribunal responsável pelo processo contra Omar al-Bashir, presidente deposto do Sudão, e 27 ex-membros do governo, que conspiraram para executar o golpe militar de 1989, informou seu adiamento em uma semana devido a “circunstâncias de emergência”.
No entanto, a imprensa estatal não concedeu maiores detalhes.
“A sessão fora realizada na sede do Instituto de Ciências Legais e Judiciais do Sudão, na presença da promotoria e equipes de defesa”, segundo as informações.
Durante a audiência, advogados de defesa encaminharam uma petição à corte para libertar os réus acima de 70 anos de idade e conferir “garantias financeiras” a todos os condenados, salvo aqueles sob pena capital.
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Em maio de 2019, a Promotoria Pública em Cartum recebeu uma petição contra Bashir e assessores, acusados de conspirar contra o estado e a constituição. A primeira sessão do julgamento sobre o golpe militar foi realizada em julho de 2020.
No banco dos réus, juntam-se ao ex-presidente líderes do Partido do Congresso Popular, como Ali Al-Hajj, Ibrahim Al-Senussi e Omar Abdel-Maarouf, além de seus agentes públicos, como Ali Othman, Nafie Ali Nafeh, Awad Al-Jaz e Ahmed Muhammad Ali Al-Fashshaweya.
Bashir comandou um golpe de estado contra o premiê Sadiq Al-Mahdi em 30 de junho de 1989, e tornou-se presidente do Sudão no mesmo ano. O ditador foi enfim deposto em 11 de abril de 2019, detido desde então na Prisão Central de Kober, no norte de Cartum.