O Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) fez um apelo a Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), para que retrate comentários recentes sobre a possibilidade de transferir serviços a outras instituições internacionais.
Em nota, o Comitê Executivo repudiou esforços para alterar o status legal e político dos refugiados palestinos sob pretexto de dificuldades fiscais.
Ao mencionar iniciativas políticas para liquidar as operações da UNRWA, o órgão palestino advertiu para as repercussões de sucumbir a esforços de lobby e extorsão.
Israel pressiona a comunidade internacional a revogar o mandato da UNRWA e encaminhar serviços aos países anfitriões e ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
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Neste sentido, a OLP instou os estados doadores a cumprir seus compromissos financeiros e assumir um orçamento fixo para a agência, de modo similar a outras instituições das Nações Unidas.
No sábado (23), Lazzarini sugeriu que a situação da UNRWA na última década pode levar à suspensão ou fim de seus serviços fornecidos a cinco milhões de refugiados palestinos nos territórios ocupados, Jordânia, Síria e Líbano.
Israel conduz um lobby veemente para fechar as portas da UNRWA — única agência das Nações Unidas com mandato específico para suprir as necessidades básicas dos refugiados palestinos.
Caso deixe de existir, alegam as autoridades da ocupação, a pauta dos refugiados também deixa de existir e as reivindicações pelo direito do retorno dos palestinos a suas terras não serão mais necessárias.
Israel nega o direito do retorno — consagrado pela lei internacional — desde a formação do estado sionista, em 1948, via limpeza étnica, embora sua filiação à ONU seja supostamente condicional à efetivação deste direito aos deslocados palestinos.
A UNRWA depende quase inteiramente de doações voluntárias de estados-membros das Nações Unidas, o que torna a agência extremamente vulnerável ao lobby israelense.