O Tribunal Penal Internacional (TPI), radicado em Haia, recebeu documentos legais nos quais Israel é acusado de ataque sistemático contra jornalistas nos territórios palestinos ocupados, equivalente a crime de guerra.
O processo também denuncia a negligência israelense em investigar assassinatos de profissionais de imprensa.
A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), o Sindicato de Jornalistas da Palestina (SJP) e o Centro Internacional de Justiça para os Palestinos (CIJP) trabalharam junto dos advogados de direitos humanos da Bindmans LLP e do Doughty Street Chambers para conduzir uma queixa formal a Haia, no início deste mês.
A promotoria da corte internacional confirmou o recebimento em 25 de abril.
Em nota conjunta, as organizações observaram que Israel continua a agir como se estivesse acima da lei, ao atacar jornalistas e outros profissionais deliberadamente.
Em maio de 2021, por exemplo, o exército israelense bombardeou escritórios de mídia na Faixa de Gaza, resultando em ao menos dois jornalistas mortos. Outros cem repórteres foram feridos em incidentes distintos.
A queixa detalha ataques contra quatro vítimas palestinas em particular: Ahmed Abu Hussein, Yaser Murtaja, Muath Amarneh e Nedal Eshtayeh, mortos ou mutilados por franco-atiradores israelenses ao cobrir manifestações em Gaza; todos vestiam coletes de imprensa.
A queixa também detalha os bombardeios contra as torres al-Shorouk e al-Jawhara, na Cidade de Gaza, em maio de 2021, incluindo ataques a redes de imprensa como Alam News, Al-Hayat, Mayadeen Media e Al-Bawaba 24.
Exemplos de discriminação, violação da liberdade de movimento e restrições ao credenciamento de mídia também foram mencionados pelos documentos legais.
LEIA: Forças de Israel atacam jornalista para evitar divulgar violações da Mesquita de Al-Aqsa