Dezenas de milhares de iranianos tomaram as ruas de todo o país nesta sexta-feira (29), para celebrar o Dia Internacional por al-Quds (Jerusalém), evento anual cujo objetivo é manifestar solidariedade ao povo palestino.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Os protestos de hoje sucederam um hiato de dois anos e contaram com a presença de oficiais de alto escalão; entre os quais: o presidente Ebrahim Raisi; o líder do parlamento Mohammad Baqar Ghalibaf; o comandante máximo do exército, Mohammad Bagheri; e o chefe da Guarda Revolucionária, Hosseim Salami.
Pessoas tomaram as ruas de Teerã com cartazes e mensagens pró-Palestina, contra a ocupação sionista. Os manifestantes se reuniram à tarde na Universidade de Teerã, onde personalidades públicas, incluindo Salami, discursaram ao público.
Salami alegou que a questão palestina se torna cada vez “mais proeminente” na arena política internacional, de modo que os ataques contra a população nativa demandam “consequências”.
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Segundo o general, os palestinos têm armas a seu dispor e estão “preparados para lutar”, após sucessivos massacres. Salami insistiu que “ceder ao opressor … não é uma forma segura e livre de viver”, em aparente referência aos países que normalizaram laços com Israel.
Ainda em Teerã, dois mísseis fabricados em âmbito doméstico foram exibidos nos comícios: o Emad, com alcance de 1.700 km, e o Kheibarshekan, com alcance de 1.450 km.
Na quinta-feira (28), ao conversar com diplomatas estrangeiros na capital, Raisi argumentou que os esforços de normalização devem “incitar a ira de quase dois bilhões de muçulmanos”.
Segundo o presidente iraniano, Israel é uma “ameaça grave à comunidade islâmica internacional (Ummah)”, de maneira que o apoio à nação palestina é um fator unitário.
O Ministério de Relações Exteriores do Irã enfatizou em nota: “Os crimes israelenses contra o povo palestino impuseram um pesado fardo sobre os muçulmanos e povos livres do mundo”.
Ao reafirmar o direito legítimo à resistência palestina, a chancelaria descreveu a luta contra a ocupação como “um embate contra a hegemonia e arrogância em escala global”.
Ainda ontem, o ministro Hossein Amirabdollahian, conversou por telefone com Hissein Brahim Taha, secretário-geral da Organização de Cooperação Islâmica (OCI). O ministro acolheu a ideia de realizar uma conferência de alta diplomacia para debater a Palestina.
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Em chamada distinta, Amirabdollahian instou seu homólogo azeri, Jeyhun Bayramov, a utilizar a posição de seu país na presidência rotativa do Movimento Não-Alinhado (MNA) para “impedir o derramamento de sangue na Palestina e agir contra as atrocidades de Israel”.