Rússia retira mercenários da Líbia em meio a reveses na invasão da Ucrânia

A Rússia retirou cerca de 1.200 de seus mercenários da Líbia, em meio a uma série de reveses em sua ofensiva na Ucrânia e à pressão que supostamente exerceu sobre seu efetivo militar.

Segundo o Financial Times, autoridades líbias não identificadas disseram que 200 russos pertencentes ao mercenário Wagner Group e 1.000 sírios contratados por Moscou deixaram a Líbia nas últimas semanas. O relatório esclareceu, no entanto, que 5.000 dos mercenários russos ainda permanecem no país.

O Grupo Wagner – supostamente administrado e financiado por um oligarca chamado Yevgeny Prigozhin, que tem laços estreitos com o presidente russo, Vladimir Putin – tem atuado em vários países nos últimos cinco anos, incluindo a Síria, onde auxilia o regime de Bashar Al-Assad, e Líbia, onde ajudou o desonesto Field Marshall, Khalifa Haftar, antes de sua derrota em 2020 e permaneceu lá depois.

Durante suas operações nesses países, o grupo cometeu inúmeros abusos de direitos humanos e atrocidades contra a população civil, instalando minas terrestres explosivas na Líbia e espancando, torturando e queimando homens desarmados na Síria.

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Além da Líbia, também operou em outros lugares da África, como a República Centro-Africana e o Mali, onde o grupo ainda tem uma presença esmagadora. De acordo com alguns relatos da mídia, cerca de 200 combatentes Wagner também deixaram a República Centro-Africana nessa recente retirada.

A relatada retirada dos mercenários pela Rússia ocorre em meio a reveses sofridos pelos militares russos na Ucrânia nos últimos dois meses, em que o país foi forçado a desistir de sua tentativa de capturar a capital, Kiev, e reorientar seus esforços no sul e leste de o país.

Espera-se que os mercenários do Grupo Wagner possam ser desviados e enviados para ajudar as forças russas em suas operações na Ucrânia, onde o grupo já esteve presente nos últimos oito anos.

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