Autoridades da capital alemã Berlim proibiram atos protestos pró-Palestina até 2 de maio, sob pretexto de que alguns manifestantes expressaram comentários supostamente antissemitas.
Um ato em solidariedade ao povo palestino, contra os recentes ataques israelenses na cidade de Jerusalém, estava marcado para ontem (30), mas foi cancelado pelas autoridades policiais, devido a ações “inadmissíveis” em um evento na semana passada.
“Com base em experiências recentes, há risco imediato de reincidência”, afirmou a polícia.
Iris Spranger, representante legislativa para assuntos internos em Berlim, comentou: “Testemunhamos atos criminosos, slogans antissemitas e exclamações do pior tipo”.
Os organizadores do protesto, no entanto, contestaram a narrativa, ao destacar que ações de alguns poucos indivíduos não justificam punir o restante da população civil.
A polícia adotou uma emenda ao Ato de Assembleia introduzida durante a pandemia de coronavírus, para impedir as manifestações, sob alegações de risco à segurança pública.
Neste sábado, os organizadores submeteram um apelo de última hora contra a proibição, mas a Corte Administrativa de Berlim indeferiu sua solicitação: “O interesse público extraordinário em aplicar a proibição supera o interesse dos aplicantes”.
Embora atos em favor dos palestinos tenham sido banidos até segunda-feira, outros atos estão previstos para acontecer em Berlim, embora mais suscetíveis a confrontos nas ruas.
Tais políticas são denunciadas como “discriminação” e levaram críticos a crer que as autoridades alemãs têm um problema em particular com a temática palestina dos protestos, ao criminalizar qualquer crítica legítima contra Israel e as políticas da ocupação.
A imprensa alemã também adota tendências discriminatórias. Jornalistas – sobretudo árabes – foram demitidos em massa por expressar opiniões favoráveis ao povo palestino, comparecer a protestos ou mesmo compartilhar denúncias de apartheid nas redes sociais.
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