O conselho editorial do jornal estudantil de Harvard, com circulação diária, confirmou neste sábado (30) seu apoio ao movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra a ocupação israelense. A medida é considerada uma das ações mais significativas na influente universidade americana em solidariedade ao povo palestino.
Declarou The Harvard Crimson: “Temos orgulho de enfim conceder nosso apoio à libertação palestina e à campanha de BDS — e convocamos todos a fazer o mesmo”.
O editorial admitiu assumir previamente certo “ceticismo” sobre a matéria; contudo, reiterou: “O peso deste momento — em meio a violações israelenses sobre os direitos humanos e a lei internacional e o chamado por liberdade do povo palestino — demanda esta ação”.
A mudança, segundo o texto, é resultado de esforços de conscientização da Campanha de Solidariedade Palestina na universidade.
Além de denunciar os abusos sistemáticos da ocupação israelense nos territórios palestinos, o texto denunciou o “extraordinário desequilíbrio de poder” nos debates relevantes, sobretudo em âmbito institucional, em favor do campo sionista.
Este desequilíbrio, prosseguiu o editorial, permitiu que 26 estados dos Estados Unidos impusessem pressão legal a empresas privadas que decidissem boicotar Israel.
“Estamos cientes do privilégio que temos através deste artigo de opinião de caráter anônimo e institucional”, observou o periódico de Harvard. “Mesmo no campus, muitos de nossos colegas que defendem a libertação palestina são vigiados de maneira tácita e falsamente vinculados ao terrorismo”.
Desde 2005, a campanha de BDS clama por embargo aos produtos dos assentamentos ilegais israelenses, assim como desinvestimento de empresas cúmplices da ocupação.
Instituições ocidentais, sobretudo nos Estados Unidos, buscam reprimir o movimento legítimo de resistência civil. Apesar da pressão sionista, a Universidade de Columbia, a Universidade de Manchester e a Universidade de Illinois em Urbana-Champaign deferiram resoluções em apoio ao BDS.