Autoridades ocidentais perderam em grande parte a esperança de que o acordo nuclear com o Irã possa ser ressuscitado, disseram fontes familiarizadas com o assunto, forçando-os a ponderar como limitar o programa atômico do Irã, mesmo quando a invasão russa da Ucrânia dividiu as grandes potências, relatou a Reuters.
Embora eles não tenham desistido completamente do pacto, sob o qual o Irã restringiu seu programa nuclear em troca de alívio das sanções econômicas, há uma crença crescente de que pode estar além da salvação.
“Eles não estão tirando o soro do braço do paciente… mas sinto pouca expectativa de que haja um caminho positivo a seguir”, disse uma fonte, que, como outras citadas, falou sob condição de anonimato por causa da sensibilidade do assunto.
Quatro diplomatas ocidentais ecoaram o sentimento de que o acordo – que o Irã fechou com Grã-Bretanha, China, França, Alemanha, Rússia e Estados Unidos em 2015, mas que o então presidente dos EUA, Donald Trump, abandonou em 2018 – está desaparecendo.
O pacto parecia prestes a ser revivido no início de março, quando a União Europeia, que coordena as negociações, convidou ministros a Viena para selar o acordo. Mas as negociações foram desordenadas por causa das demandas russas de última hora e se Washington pode remover o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) de sua lista de Organização Terrorista Estrangeira (FTO, na sigla em inglês).
O IRGC controla as forças armadas e de inteligência de elite que Washington acusa de uma campanha terrorista global.
A exigência de Teerã para removê-lo da lista é contestada por muitos legisladores dos EUA, que o veem como uma entidade terrorista, apesar das negações iranianas.
As demandas russas parecem ter sido refinadas, mas a designação do IRGC não foi, com as iminentes eleições de meio de mandato dos EUA em 8 de novembro tornando difícil para o presidente dos EUA, Joe Biden, resistir à oposição doméstica para removê-la.
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