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Os EUA dizem que morte de pesquisador egípcio exige investigação

O especialista econômico egípcio Ayman Hadhoud [Ayman Hadhoud/Facebook]

A morte do pesquisador econômico egípcio Ayman Hadhoud exige uma investigação “completa, transparente e confiável”, disse o Departamento de Estado dos EUA na segunda-feira (02), depois que Hadhoud morreu em um hospital psiquiátrico do Cairo, para onde foi enviado pelos serviços de segurança que o detiveram, relatou a Reuters.

Estamos profundamente perturbados com os relatos sobre a morte e custódia do pesquisador egípcio Ayman Hadhoud e as alegações de sua tortura durante a detenção. As circunstâncias de sua detenção e seu tratamento e de sua morte, pensamos, exigem uma investigação completa, transparente e credível sem demora,

disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em uma reunião.

O grupo de direitos humanos Anistia Internacional afirmou, em comunicado no mês passado, que sua investigação baseada em registros oficiais, entrevistas com testemunhas e especialistas independentes que examinaram fotos vazadas do cadáver de Hadhoud sugeriam fortemente que ele havia sido torturado ou maltratado antes de sua morte.

Os serviços de segurança detiveram Hadhoud em fevereiro e o enviaram para um hospital psiquiátrico no Cairo, onde morreu. O Ministério Público do Egito disse no mês passado que não encontrou evidências de violência criminosa na morte de Hadhoud.

Hadhoud era um especialista em economia freelance e membro do Partido da Reforma e Desenvolvimento liberal, que tem uma pequena presença no parlamento do Egito. Seu irmão Omar disse à Reuters que Ayman não tinha histórico de doença mental e havia declarado publicamente opiniões críticas às autoridades, embora ele não tivesse sido submetido a nenhuma investigação conhecida antes de sua detenção.

Liberdade de imprensa no Egito – Cartum [Latuff/Monitor do Oriente Médio]

O Egito é um aliado árabe vital para Washington, mas o governo Biden em janeiro reteve US$ 130 milhões em ajuda militar por questões de direitos humanos.

Dias antes da mudança, o governo aprovou a venda potencial de radares de defesa aérea e aviões C-130 Super Hercules para o Egito por um total de mais de US$ 2,5 bilhões.

Price acrescentou que Washington deu as boas-vindas aos relatos de que o Egito liberou na semana passada “dezenas de detidos políticos e jornalistas”.

Houve uma repressão de longo alcance à dissidência política no Egito desde que o então chefe do Exército Abdel Fattah al-Sisi liderou a derrubada do presidente democraticamente eleito Mohamed Mursi da Irmandade Muçulmana em 2013.

Grupos de direitos humanos dizem que dezenas de milhares de islamitas e dissidentes liberais foram detidos nos últimos anos e muitos tiveram negado o devido processo legal ou foram submetidos a abusos ou más condições prisionais.

Autoridades dizem que são necessárias medidas de segurança para estabilizar o Egito. Eles negam a existência de presos políticos e maus tratos aos presos, e afirmam que o judiciário é independente.

LEIA: Nova campanha pede fim das execuções políticas no Egito

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