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Cortes assistenciais do Reino Unido deixam 40 mil crianças sírias fora da escola

Estudantes durante inauguração da escola Mulayim Teki, construída pela Fundação Insan, em Idlib, Síria, 26 de dezembro de 2021 [Muhammed Said/Agência Anadolu]

Mais de 40 mil crianças sírias foram privadas do acesso à educação como resultado direto dos cortes assistenciais promulgados pelo Reino Unido, revelou a entidade beneficente Action For Humanity e sua matriz no país árabe, Syria Relief.

“Caso não encontremos recursos para preencher as lacunas deixadas pelo governo britânico e outros doadores, uma geração inteira de crianças sírias deixará de estudar, deflagrando riscos quase imediatos de matrimônio infantil, gravidez precoce, recrutamento de crianças a grupos armados, exploração e tráfico humano”, declarou Jessica Adams, diretora de comunicação da organização no país assolado pela guerra.

“Trata-se de uma escolha política que crianças, pais e professores da Síria esperam que seja revogada”, acrescentou Adams.

O apoio financeiro britânico a 133 escolas da Syria Relief expirou em 30 de abril, em meio a cortes do governo no exterior, anunciados em maio – equivalentes a £4.2 bilhões ou US$5.2 bilhões. A Síria foi o país mais afetado, com corte de 69% nos envios assistenciais, apesar da continuidade do conflito de mais de uma década, que deslocou milhões de pessoas.

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Em entrevista ao jornal The Guardian, Abu Halid, pai e refugiado no campo de Mahmoodli, no norte da Síria, destacou: “Se fecharem essa escola, teremos de procurar escolas privadas, mas não temos dinheiro, sequer para o aluguel; então precisamos dessa escola”.

Um relatório publicado pela organização Action For Humanity detalhou as consequências do déficit orçamentário sobre mais de cem mil crianças sírias, após o número de escolas cair de 157 instituições a apenas 24 em menos de um ano. O índice pode chegar a zero em agosto.

Os cortes nas doações, incluindo promulgados por Londres e Washington, levaram também a uma crise de saúde no noroeste da Síria, advertiu nesta sexta-feira (6) a Anistia Internacional.

“A queda massiva do financiamento traduziu-se imediatamente no fechamento de hospitais e no encerramento de serviços vitais, e deixou milhões de sírios – que sofrem com o conflito e a violência – com dificuldades de acesso a medicamentos e cuidados essenciais”, declarou Lynn Maalouf, vice-diretora regional da organização de direitos humanos.

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