Nesta quinta-feira (5), a Organização dos Países Exportadores do Petróleo (OPEP), junto da Rússia e outros países, confirmou intenções de manter seu aumento modesto na produção global, sob o argumento de que o grupo – conhecido como OPEP+ – não é responsável por questões geopolíticas e interrupções na rede de abastecimento.
O grupo, contudo, reiterou apreensão sobre a perspectiva de demanda devido aos novos lockdowns do coronavírus impostos pela China, segundo informações da agência Reuters.
Representantes da OPEP+ confirmaram planos para aumentar a produção mensal a 432 mil barris por dia, a partir de junho. Sob um acordo firmado em julho do último ano, a entidade consentiu com este índice de aumento todo mês até setembro, com intuito de atenuar seus cortes na produção excedente.
O encontro da OPEP+ ocorreu somente um dia após a União Europeia propor um embargo gradual de petróleo sobre a Rússia, como parte das duras sanções justificadas pela invasão militar na Ucrânia.
Mohammad Barkindo, secretário-geral da OPEP, contestou o embargo, ao alegar que outros produtores não podem compensar as exportações de Moscou.
“Está evidente que as exportações de petróleo e outros fluidos da Rússia, equivalentes a mais de sete milhões de barris por dia, não podem vir de qualquer outro lugar”, declarou Barkindo na quarta-feira (4). “A capacidade excedente simplesmente não existe”.
Os preços de petróleo Brent subiram nesta quinta: acima de US$111 por barril.
A OPEP espera que a demanda global de petróleo alcance a 3.67 milhões de barris por dia (bpd) em 2022, queda de 480 mil bpd em relação ao ano anterior. Barkindo culpou o lockdown chinês pelo decréscimo substancial.
Os Estados Unidos pedem reiteradamente que os membros da OPEP aumentem sua produção, mas a organização liderada pela Arábia Saudita resiste aos apelos, após a monarquia afastar-se da administração democrata na Casa Branca.
A Agência Internacional de Energia, órgão de monitoramento filiado à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), concordou em abril a liberar volumes recorde de seus estoques, para tentar conter os preços e a crise no abastecimento global.
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