A coalizão liderada pela Arábia Saudita no Iêmen anunciou, na sexta-feira (06), que transferiu mais de 100 prisioneiros libertados para o Iêmen, em coordenação com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, como parte de uma iniciativa humanitária para apoiar uma trégua mediada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
A coalizão anunciou no mês passado que libertaria 163 prisioneiros do grupo pró-Irã Houthi, mas um oficial houthi disse mais tarde que a lista incluía indivíduos que não eram afiliados ao movimento.
A coalizão divulgou que 108 detidos foram levados da Arábia Saudita para Aden, no sul do Iêmen, onde está sediado o governo iemenita apoiado pelos sauditas, e nove para a capital controlada pelos houthis, Sanaa. Em comunicado, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha confirmou o retorno de 117 pessoas.
A coalizão afirmou que 37 prisioneiros foram transportados por terra pela fronteira saudita-iemenita. Ao mesmo tempo, a mídia estatal saudita informou que nove “combatentes estrangeiros” foram entregues às suas embaixadas, mas não especificou nacionalidades.
Um funcionário do governo iemenita disse à Reuters que os houthis se recusaram a receber de volta os transferidos para Aden. O chefe do comitê de assuntos dos prisioneiros houthis anunciou este mês que a lista de detidos inclui pessoas desconhecidas do movimento e que não são seus prisioneiros.
A coalizão interveio no Iêmen em março de 2015 contra os houthis depois que o movimento derrubou o governo internacionalmente reconhecido de Sanaa no final de 2014.
As partes em conflito concordaram com uma trégua de dois meses que começou em 2 de abril, o primeiro grande avanço em anos, como parte de um esforço liderado pela ONU para acabar com uma guerra que matou dezenas de milhares de pessoas e causou uma grave crise humanitária.
As partes também discutiram uma possível troca de prisioneiros sob os auspícios da ONU, incluindo 1.400 prisioneiros houthis e 823 prisioneiros da coalizão, incluindo 16 sauditas.
A última grande troca de prisioneiros entre os dois lados foi em 2020, envolvendo cerca de 1.000 detidos.
LEIA: Coalizão saudita começa a transferir prisioneiros houthis ao Iêmen