A parlamentar britânica Zarah Sultana, membro do Partido Trabalhista, reafirmou seu apoio ao ativista egípcio de direitos humanos Alaa Abdelfattah, aprisionado em uma penitenciária de segurança máxima no Egito.
Alaa Abd El-Fattah, a leading Egyptian human rights defender & a British citizen, is imprisoned by the Sisi regime for defending democracy.
He has been on hunger strike for over a month.
The UK government must urgently secure Alaa’s release.
My letter to the Foreign Secretary: pic.twitter.com/VlcsmFLCH7
— Zarah Sultana MP (@zarahsultana) May 6, 2022
Em carta à chancelaria britânica, Sultana instou o governo de Boris Jonhson a redobrar esforços para assegurar o acesso de Alaa à diplomacia, priorizar a democracia e os direitos humanos nas relações entre as partes e convocar o embaixador egípcio em Londres para reivindicar a soltura imediata do prisioneiro político.
A congressista também demandou que o regime militar de Abdel Fattah el-Sisi interrompa suas práticas de perseguição contra cidadãos radicados no exterior, incluindo cidadãos binacionais e mesmo ativistas britânicos, frequentemente ameaçados ao chegar no Egito.
Alaa foi preso em setembro de 2019 como parte de uma campanha contra ativistas e figuras políticas, após o delator Mohamed Ali conclamar manifestações. Alaa foi condenado a cinco anos em regime fechado por “difundir notícias falsas”.
Alaa sofreu tortura e está proibido de comunicar-se com o mundo exterior. Na última semana, durante visita, Alaa se despediu de sua família, que dependia de suas cartas para saber de sua saúde, em condições precárias devido a negligência médica.
Alaa está em greve de fome desde o primeiro dia do Ramadã e exige acesso consular e melhora em suas condições de detenção: sua cela sequer tem iluminação; suas visitas foram reduzidas a 20 minutos por mês, detrás de um vidro; livros e materiais de escrita lhe foram banidos.
Alaa tornou-se cidadão britânico recentemente, embora em custódia, por meio de sua mãe, a professora de matemática Laila Soueif, que nasceu em Londres.
Nos meses recentes, diversos ex-prisioneiros políticos, como Esraa Abdelfattah e Solafa Magdy, receberam cidadania honorária da França e renunciaram a sua nacionalidade egípcia, em troca de sua libertação.
Em sua carta, Sultana descreveu a manutenção das relações entre Londres e Cairo, na presente conjuntura, como “zombaria” à suposta defesa da democracia e liberdade por parte da política externa do estado europeu.
“São os bravos egípcios que lutam por liberdade e justiça social que merecem nosso apoio e solidariedade, não o regime militar que os oprime. Apelo a todos para trabalhar ao máximo para asseverar a soltura de Alaa Abdelfattah, antes que seja tarde demais”.