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Laços entre Londres e Cairo ‘zombam’ da democracia, alerta parlamentar trabalhista

Protesto contra a visita do presidente egípcio Abdel Fattah el-Sisi à França, em frente à Assembleia Nacional em Paris, em 8 de dezembro de 2020 [Alaattin Dogru/Agência Anadolu]

A parlamentar britânica Zarah Sultana, membro do Partido Trabalhista, reafirmou seu apoio ao ativista egípcio de direitos humanos Alaa Abdelfattah, aprisionado em uma penitenciária de segurança máxima no Egito.

Em carta à chancelaria britânica, Sultana instou o governo de Boris Jonhson a redobrar esforços para assegurar o acesso de Alaa à diplomacia, priorizar a democracia e os direitos humanos nas relações entre as partes e convocar o embaixador egípcio em Londres para reivindicar a soltura imediata do prisioneiro político.

A congressista também demandou que o regime militar de Abdel Fattah el-Sisi interrompa suas práticas de perseguição contra cidadãos radicados no exterior, incluindo cidadãos binacionais e mesmo ativistas britânicos, frequentemente ameaçados ao chegar no Egito.

Alaa foi preso em setembro de 2019 como parte de uma campanha contra ativistas e figuras políticas, após o delator Mohamed Ali conclamar manifestações. Alaa foi condenado a cinco anos em regime fechado por “difundir notícias falsas”.

LEIA: Oito grupos de direitos humanos emitem proposta de processo transparente para libertar presos políticos no Egito

Alaa sofreu tortura e está proibido de comunicar-se com o mundo exterior. Na última semana, durante visita, Alaa se despediu de sua família, que dependia de suas cartas para saber de sua saúde, em condições precárias devido a negligência médica.

Alaa está em greve de fome desde o primeiro dia do Ramadã e exige acesso consular e melhora em suas condições de detenção: sua cela sequer tem iluminação; suas visitas foram reduzidas a 20 minutos por mês, detrás de um vidro; livros e materiais de escrita lhe foram banidos.

Alaa tornou-se cidadão britânico recentemente, embora em custódia, por meio de sua mãe, a professora de matemática Laila Soueif, que nasceu em Londres.

Nos meses recentes, diversos ex-prisioneiros políticos, como Esraa Abdelfattah e Solafa Magdy, receberam cidadania honorária da França e renunciaram a sua nacionalidade egípcia, em troca de sua libertação.

Em sua carta, Sultana descreveu a manutenção das relações entre Londres e Cairo, na presente conjuntura, como “zombaria” à suposta defesa da democracia e liberdade por parte da política externa do estado europeu.

“São os bravos egípcios que lutam por liberdade e justiça social que merecem nosso apoio e solidariedade, não o regime militar que os oprime. Apelo a todos para trabalhar ao máximo para asseverar a soltura de Alaa Abdelfattah, antes que seja tarde demais”.

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