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‘O tumor’

‘O tumor’, romance do premiado Ibrahim Al-Koni chega ao Brasil com tradução de Mamede Jarouche. Livro publicado pela Editora Tabla mergulha no interior de uma sociedade árida e apresenta uma trama repleta de mistério e fantasia.
Autor do livro(s) :Ibrahim Al-Koni
Data de publicação :2022, 1ª
Editora :Editora Tabla
Número de páginas do Livro :192 páginas
ISBN-13 :978-65-86824-32-2

Imagine acordar um dia e perceber que sua roupa está grudada na sua pele? Imagine que essa roupa – na verdade, uma túnica mágica –, aos poucos, se mistura com seu corpo, virando parte indivisível dele? É este o ponto de partida do romance O tumor, do premiado escritor líbio Ibrahim Al-Koni.

O romance conta a história de um líder que ninguém jamais viu, mas que nomeia, por meio de seu mensageiro, um lugar-tenente para representá-lo em certo oásis do vasto deserto saariano. Os critérios para essa escolha não são claros. O ritual de unção do eleito, diga-se assim, envolve o uso de uma túnica que logo se revela um instrumento a um só tempo sutil e monstruoso de controle e dominação desse lugar-tenente. O enredo todo, com suas idas e vindas, é um vasto pretexto para a discussão que de fato interessa ao autor: os processos de corrosão e devastação desencadeados pela sede de poder e pelas ambições desmedidas que a acompanham.

Mais do que uma alegoria, a novela O tumor é uma fantasia distópica sobre o poder. A trama se desenvolve em um oásis, no seio de uma sociedade árida. Para além das soberbas descrições de costumes e do meio – Al-Koni é membro dessa etnia, que ele conhece como ninguém –, a obra evidencia que a organização social do deserto, por mais rústica e distante que possa parecer à primeira vista, está mais próxima das sociedades modernas do que sonha a nossa vã filosofia.Na orelha do livro, Olgária Matos afirma:

O tumor é uma narrativa que inverte, mimetizando-o, o gênero sapiencial da tradição clássica, que, descontextualizada, perturba o espaço e o tempo, em uma inquietante atemporalidade.

E porque O tumor desrealiza o real para realizá-lo, o deserto é o contrário de um espaço aberto e infinito. Remover a túnica é sem saída: ou hemorragia ou os suplícios da acídia, com o que se instala o leitor na desordem atual do mundo.”

O livro conta ainda com a tradução de Mamede Jarouche, renomado tradutor de grandes clássicos árabes, dentre os quais se destaca o Livro das mil e uma noites.Para conhecer mais sobre o livro, acesse o site da Editora Tabla

Sobre o autor:

Ibrahim Al-Koni nasceu em 1948, no deserto dos tuaregues, na Líbia, onde passou toda sua infância. Aprendeu a ler e escrever árabe apenas aos 12 anos e depois estudou literatura comparada no Instituto Gorky em Moscou, chegando a trabalhar como jornalista em Moscou e em Varsóvia. Hoje, Al-Koni é um dos mais prolíficos romancistas árabes contemporâneos e escreveu mais de 80 romances, contos, poemas e aforismos, todos inspirados no deserto.

Elementos mitológicos, busca espiritual e questões existenciais se misturam nos escritos de Al-Koni, que já foi considerado como um realista mágico, um fabulista sufi e um romancista poético. Seus livros foram traduzidos para mais de 35 idiomas. Em 2015, Al-Koni foi finalista do prêmio Man Booker International.

LEIA: Samarcanda

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