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Grupos sírios pedem investigação da ONU sobre massacre de Tadamon

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos Estados Unidos e presidente do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, em 1° de março de 2021 [Timothy A. Clary/AFP via Getty Images]

Ativistas de direitos humanos da Síria renovaram seus apelos à Organização das Nações Unidas (ONU) para que investigue o massacre de Tadamon, em Damasco, executado por membros do Ramo 227 das tropas do regime de Bashar al-Assad, em 2013.

“Escrevemos para reivindicar ação imediata sobre o massacre, que equivale a crime de guerra, e para responsabilizar os perpetradores perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas”, afirmou uma carta endereçada a Linda Thomas-Greenfield, representante dos Estados Unidos no órgão internacional.

Entre os signatários estão o grupo de defesa civil Capacetes Brancos, a ong Ação por Sama e a Rede Síria de Direitos Humanos.

Duas semanas atrás, o The Guardian publicou uma reportagem sobre dois acadêmicos que localizaram um oficial sírio flagrado em vídeo assassinando 41 pessoas. No registro, Amjad Youssuf ordenou civis que corressem a uma cova coletiva, para então fuzilá-los.

O vídeo foi vazado por um cadete que fugiu da Síria e mostra dois criminosos de guerra incendiando uma pilha de cadáveres, enquanto fumam e riem.

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Alguns cidadãos sírios conseguiram identicar familiares nas imagens, sobretudo palestinos do campo de refugiados de Yarmouk.

A carta dos grupos de direitos humanos lamentou o silêncio da comunidade internacional — “sobretudo em meio a crimes similares cometidos por forças russas na Ucrânia”.

Em 2013, o distrito de Tadamon era uma zona de combate entre a oposição síria e tropas do governo, quando ocorreu o massacre contra a população civil.

A carta encaminhada às Nações Unidas reiterou ainda que ataques a escolas e hospitais e casos de tortura cometidos pelo regime de Assad foram amplamente documentados e difundidos no exterior.

“Entretanto, jamais vimos tamanha evidência de crime de guerra registrada em vídeo, cometida pelos serviços de inteligência de Assad, em plena luz do dia, a sangue frio e sem qualquer receio de consequências ou respeito à humanidade das vítimas”, destacou a mensagem.

Em setembro de 2021, a ONU confirmou que ao menos 350.209 pessoas foram mortas pela guerra civil na Síria — provável subnotificação. Mais de cem mil sírios estão desaparecidos.

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