O governante do Catar, o emir sheikh Tamim Bin Hamad Al Thani, chegou ao Irã, informou a mídia estatal iraniana hoje, enquanto o Estado do Golfo tenta ajudar a acabar com uma disputa entre Teerã e Washington sobre o renascimento do acordo nuclear de 2015, informou a Reuters.
Embora a mídia estatal iraniana tenha retratado a visita como prova da expansão dos laços do Irã com países regionais, uma fonte informada sobre a visita disse à Reuters, no domingo (08), que a viagem do emir tinha como objetivo levar as partes do pacto nuclear do Irã a “um novo meio-termo”.
As apostas são altas, já que o fracasso em restabelecer o pacto pode acarretar o risco de uma nova guerra regional. Israel, arqui-inimigo do Irã, ameaçou uma ação militar se a diplomacia entrar em colapso.
Quase um ano de negociações indiretas entre Teerã e Washington para salvar o pacto está suspensa desde março, principalmente devido à insistência de Teerã de que os EUA removam o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), sua força de segurança de elite, da Organização Terrorista Estrangeira dos EUA (FTO, na sigla em inglês).
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Washington deixou claro que não tem tais planos, mas também não descartou.
Os governantes do Irã acreditam que uma abordagem intransigente, liderada pelo líder supremo fortemente antiocidental do país, o aiatolá Ali Khamenei, pode forçar Washington a aceitar as exigências de Teerã, disseram autoridades iranianas à Reuters no mês passado.
Sob o pacto de 2015, o Irã restringiu seu trabalho sensível de enriquecimento de urânio, um possível caminho para armas nucleares, em troca do levantamento das sanções econômicas.
Mas em 2018, o então presidente dos EUA, Donald Trump, abandonou o pacto e reimpôs sanções ao Irã, levando Teerã a retaliar ao violar gradualmente as restrições nucleares do pacto.