Abbas culpa Israel por assassinato de repórter da Al Jazeera

O Presidente da Autoridade Palestina (AP) Mahmoud Abbas afirmou nesta quinta-feira (12) que as autoridades israelenses são “absolutamente responsáveis” pela morte de Shireen Abu Akleh, repórter veterana da rede Al Jazeera, segundo informações da agência de notícias Reuters.

Abu Akleh — cidadã palestino-americana de 51 anos — foi baleada na cabeça na quarta-feira (11), ao cobrir uma invasão militar ao campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada.

Al Jazeera e Catar, onde está sediada a corporação de imprensa, acusaram tropas israelenses pelos disparos contra correspondentes in loco.

Israel lamentou a morte, mas insiste que o tiro foi desferido por um suposto atirador palestino.

Diante do repúdio internacional, autoridades israelenses sugeriram um inquérito conjunto com Ramallah, ao solicitar o projétil extraído do corpo para conduzir exames próprios.

“Rejeitamos essa investigação conjunta com as autoridades da ocupação israelense, pois foram elas que cometeram o crime e não podemos confiar em sua posição”, declarou Abbas, durante cerimônia oficial em homenagem à conhecida jornalista.

LEIA: Catar e Irã responsabilizam Israel por morte de repórter da Al Jazeera

“A Autoridade Palestina abordará de imediato o Tribunal Penal Internacional, para localizar os perpetradores”, acrescentou.

O Primeiro-Ministro de Israel Naftali Bennett confirmou a negativa. “Reitero minha expectativa de cooperação aberta, plena e transparente sobre as descobertas”, comentou em comunicado.

Abu Akleh vestia colete com identificação de imprensa, quando foi executada. Na ocasião, um grupo de jornalistas cobria a mais recente operação de prisão lançada pelo exército israelense na região de Jenin. O repórter Ali Samoudi também foi baleado, mas sobreviveu.

O corpo de Abu Akleh foi velado por uma carreata em Ramallah, no centro da Cisjordânia. Centenas de palestinos tomaram a rodovia; alguns atiraram flores.

O assassinato da jornalista atraiu vasta condenação internacional, incluindo ONU e União Europeia. A Casa Branca reivindicou uma “investigação abrangente” sobre o incidente.

Sair da versão mobile