Quinze países europeus instaram, na sexta-feira (13), Israel a interromper os planos para mais assentamentos ilegais na Cisjordânia, de acordo com um comunicado oficial, conforme divulgado pela Agência Anadolu.
“Estamos profundamente preocupados com a decisão do Conselho Superior de Planejamento de Israel de avançar os planos para a construção de mais de 4.000 unidades habitacionais na Cisjordânia”, disseram porta-vozes dos ministérios das Relações Exteriores da França, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Noruega, Polônia, Espanha e Suécia.
“Instamos as autoridades israelenses a reverter essa decisão”, acrescentou o comunicado.
“As novas unidades habitacionais constituem um obstáculo adicional à solução de dois Estados”, acrescentou.
O comunicado disse que os assentamentos israelenses estão em “clara violação da lei internacional e impedem uma paz justa, duradoura e abrangente entre israelenses e palestinos”.
“Essa decisão, assim como as demolições e os despejos que afetam as populações palestinas em Jerusalém Oriental e na Área C, ameaçam diretamente a viabilidade de um futuro Estado palestino”, acrescentou.
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As nações da UE também pediram a Israel que “não prossiga com demolições ou despejos planejados, sobretudo em Masafer Yatta”.
Ecoando a declaração conjunta, um porta-voz do Escritório de Relações Exteriores, Comunidade e Desenvolvimento do Reino Unido disse: “O Reino Unido está preocupado com a decisão do governo de Israel de avançar na construção de mais de 4.000 novos edifícios de assentamentos na Cisjordânia ocupada”.
“A posição do Reino Unido é que os assentamentos são ilegais sob a lei internacional. Instamos Israel a reverter essa decisão”, acrescentou o porta-voz.
As declarações vieram depois que a UE, na quinta-feira (12), condenou a recente aprovação de Israel dos planos para expandir os assentamentos israelenses ilegais na Cisjordânia ocupada.
“A União Europeia condena e deplora profundamente a aprovação de hoje, pelas autoridades israelenses, de planos para avançar mais de 4.400 unidades habitacionais, expandindo ainda mais os assentamentos ilegais em toda a Cisjordânia ocupada”, disse o chefe de Política Externa da UE, Josep Borrell, em comunicado.
Na sexta-feira anterior, a Turquia também condenou os planos de expandir os assentamentos israelenses ilegais.
A Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, é vista como território ocupado sob a lei internacional, tornando assim todos os assentamentos judaicos ilegais.
Tal qual a Turquia e grande parte da comunidade internacional, a UE não reconhece a soberania de Israel sobre os territórios que ocupou desde 1967.
Desde 2001, a UE instou repetidamente Israel a pôr fim a todas as atividades de colonização e a desmantelar os colonatos existentes.