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Atirador de Buffalo inspirou-se em atentado contra mesquita na Nova Zelândia

Memorial em frente ao mercado Tops, após um atirador abrir fogo contra o local, em Buffalo, Nova York, 15 de maio de 2022 [Scott Olson/Getty Images] Memorial em frente ao mercado Tops, após um atirador abrir fogo contra o local, em Buffalo, Nova York, 15 de maio de 2022 [Scott Olson/Getty Images]

O fenômeno global da islamofobia inspirou o atentado a tiros executado neste sábado (14) em Buffalo, no estado de Nova York, Estados Unidos, de acordo com o manifesto do atirador.

Em um dos massacres de cunho racista mais mortais da história recente, Payton S. Gendron, de 18 anos, executou a tiros dez cidadãos negros em um supermercado local. Três pessoas ficaram feridas. Gendron dirigiu mais de 300 km para conduzir o ataque.

Gendron é adepto da ideologia supremacista conhecida como “teoria da substituição”. Seu atentado parece copiar o massacre contra a comunidade islâmica de Christchurch, na Nova Zelândia, em 2019, na qual o atirador também transmitiu ao vivo seus assassinatos.

Na ocasião, o australiano Brenton Tarrant executou 51 pessoas em duas mesquitas e tinha planos de atacar uma terceira localidade.

Tarrant também foi radicalizado à islamofobia pela “teoria da substituição”, tese conspiratória de extrema-direita que alega que a população branca “nativa” dos países ocidentais é pouco a pouco substituída por imigrantes não-europeus, sobretudo negros e muçulmanos.

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Múltiplas interpretações dessa teoria racista são utilizadas por grupos contrários à imigração e supremacistas brancos. Grupos radicalizados por essa ideologia creem que a presença islâmica nos países ocidentais tem como intuito destruir sua civilização e que sua participação na arena política representa uma ameaça concreta.

Entusiastas da “grande substituição” insistem que a civilização islâmica busca “substituir etnicamente” outras raças e que tal fenômeno tem de ser impedido por todos os meios necessários, incluindo a violência.

Apesar de alimentarem pontos de vista profundamente antissemitas, os adeptos consideram Israel como modelo de país em seu combate à “ameaça islâmica”.

O manifesto do atirador de Buffalo está repleto de alegações racistas e anti-imigração. Gendron admitiu ser inspirado por atos de violência de cunho supremacista e reiterou conexão particular com Tarrant, ao identificá-lo como “aquele que mais me radicalizou”.

Gendron assistiu o vídeo ao vivo do atirador de Christchurch e leu seu manifesto.

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