O Hezbollah e seus aliados perderam a maioria parlamentar no Líbano, segundo os resultados das eleições gerais no país levantino, anunciados nesta terça-feira (17).
O bloco liderado pelo movimento xiita conquistou 62 dos 128 assentos disputados, três a menos do que o necessário para compor maioria, em franco revés quando comparado às eleições de 2018, quando conquistou 71 vagas.
Ainda assim, o Hezbollah e seu aliado Amal venceram todos os 27 assentos reservados a congressistas xiitas, comparado a 26 assentos nas últimas eleições.
Não obstante, aliados do grupo libanês vinculado ao Irã perderam suas vagas para candidatos independentes e para o partido Forças Libanesas, apoiado pela Arábia Saudita.
As Forças Libanesas tornaram-se o maior bloco cristão no congresso em Beirute, substituindo então o Movimento Livre Patriota, comandado pelo presidente Michel Aoun.
Parte da comunidade sunita boicotou as eleições, após o ex-premiê Saad Hariri, chefe do Movimento Futuro, renunciar da vida política ao perder seu apoio da monarquia saudita.
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Apesar das derrotas do Hezbollah, o movimento ainda é considerado “ameaça crescente” pelo establishment israelense. Conforme o jornal Times of Israel, o resultado das eleições não deve alterar a influência exercida pela entidade pró-Teerã no país ao norte.
“A última vez que o Hezbollah e seus aliados foram minoria, contra o supostamente unificado Bloco 14 de Março, até as eleições de 2018, ainda assim conseguiram conquistar objetivos em âmbito doméstico e regional”, declarou o periódico israelense.
O triunfo dos candidatos independentes, no entanto, em meio ao colapso socioeconômico no país, na primeira eleição desde a explosão do porto de Beirute, em agosto de 2020, envia uma forte mensagem à elite libanesa, denunciada por erros de gestão e corrupção sistêmica.