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Bush condena ‘invasão brutal do Iraque’

Em um aparente lapso da língua, o ex-presidente dos EUA George W. Bush condenou a invasão “brutal” e “totalmente injustificada” do Iraque, quando ele quis dizer Ucrânia. O ex-presidente norte-americano de 75 anos, propenso a gafes, fez o comentário ontem durante um discurso no Centro Bush da Universidade Metodista do Sul em Dallas, Texas.

Ao comentar sobre o autoritarismo na Rússia sob o presidente Vladimir Putin, Bush disse: “O resultado é a ausência de freios e contrapesos na Rússia, e a decisão de um homem de lançar uma invasão totalmente injustificada e brutal do Iraque”. Ele se corrigiu rapidamente: “Quero dizer, da Ucrânia”.

Em um vídeo do incidente, que desde então se tornou viral, a multidão pode ser ouvida rindo do erro. Isso foi seguido por outra rodada de risadas quando Bush brincou: “De qualquer forma. Tenho 75 anos”.

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Essa foi a primeira condenação pública do ex-presidente à invasão da Ucrânia pela Rússia, lançada em 24 de fevereiro. Ele também descreveu o presidente da Ucrânia durante a guerra, Volodymyr Zelenskyy, como um “cara legal” e o comparou ao ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill, informou o Dallas Morning News.

A gafe de quarta-feira (18) é o mais recente “bushismo” do 43º presidente dos Estados Unidos. Esse termo foi cunhado durante seus oito anos no cargo para denotar seus muitos lapsos verbais, muitas vezes cometidos ao falar em público.

Com o apoio do primeiro-ministro britânico Tony Blair, Bush lançou a invasão ilegal do Iraque em 20 de março de 2003 com base no fato de que o presidente Saddam Hussein estava armazenando armas de destruição em massa. Nenhuma dessas armas foi encontrada. Um ano antes da “Operação Liberdade do Iraque”, Bush afirmou em seu discurso sobre o Estado da União de 2002 que a Coreia do Norte, o Irã e o Iraque eram Estados párias com “aliados terroristas” que faziam parte de um “eixo do mal”.

No entanto, foi relatado pela CNN em julho de 2003 que os relatórios de inteligência usados para justificar a invasão provavelmente eram baseados em informações falsas e documentos falsos. O Relatório Chilcot, da Grã-Bretanha, publicado em 2016, também descobriu que Saddam não representava “ameaça iminente” e que a política do governo sobre o Iraque se baseava em “avaliações de inteligência falhas”.

Houve pedidos para que Bush e Blair fossem julgados como criminosos de guerra pela invasão do Iraque. Segundo o Iraq Body Count, estima-se que 122.438 civis foram mortos como resultado da invasão entre 2003 e 2013. A guerra do Iraque, a queda de Saddam e o desmantelamento do Estado também deram origem à Al-Qaeda no Iraque e, posteriormente, ao Daesh, enquanto, inadvertidamente, permite que o Irã aumente sua influência no país. Em 2015, Blair reconheceu que havia “elementos de verdade” na afirmação de que a guerra do Iraque deu origem ao chamado “Estado Islâmico”.

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