A Polícia Militar de Israel indeferiu a abertura de um inquérito sobre o assassinato de Shireen Abu Akleh, jornalista da Al Jazeera, no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, na última semana, apesar de evidências apontarem disparo de um franco-atirador israelense.
As informações foram divulgadas pelo jornal israelense Haaretz.
O Departamento de Investigação Criminal da Polícia Militar afirmou que um inquérito sobre o caso, no qual soldados da ocupação seriam tratados como suspeitos, poderia incitar oposição da sociedade israelense.
Em resposta, a família de Abu Akleh confirmou antecipar a negativa e reiterou seus apelos por uma investigação aberta e independente sobre o assassinato.
“Esperávamos isso dos israelenses. Por isso, não queremos que participem da investigação”, destacou a família à Al Jazeera. “Queremos que os responsáveis sejam punidos. Shireen era cidadã americana; portanto, solicitamos aos Estados Unidos, em particular, e à comunidade internacional que abram um inquérito justo e deem fim aos assassinatos”.
Washington, em contrapartida, prometeu aos parentes que o caso será investigado.
Segundo o Haaretz, as Forças Armadas de Israel alegaram que “não há suspeita” de que o disparo teve motivação criminosa. Os soldados insistiram pensar ter disparado contra um combatente, apesar de não haver troca de tiros na ocasião e de Shireen estar vestida com colete e capacete com identificação de imprensa.
Shireen foi executada com um tiro abaixo do ouvido em 11 de maio, enquanto cobria uma invasão do exército ocupante ao campo de refugiados de Jenin.
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