As negociações com Teerã para superar o persistente impasse sobre a origem de partículas de urânio encontradas em áreas antigas e não-declaradas enfrentam uma “encruzilhada terrível”, insistiu nesta quarta-feira (25) Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
As informações são da agência de notícias Reuters.
Grossi e autoridades iranianas consentiram em março em aplicar um plano de três meses para investigar a matéria, que alimenta tensões entre a república islâmica e as potências ocidentais, em meio a negociações mais abrangentes para restaurar o acordo nuclear de 2015.
As conversas em Viena, capital da Áustria, continuam paralisadas. Grossi, porém, confirmou que é difícil antever qualquer consenso sem que Teerã conceda respostas satisfatórias para agência das Nações Unidas.
“Suponho que devo me abster de uma conclusão final neste momento, dado que ainda não finalizamos o processo”, observou Grossi durante painel no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. “Mas deixe-me dizer que estamos em uma terrível encruzilhada”.
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Grossi deve apresentar seu relatório sobre o progresso das negociações durante a reunião trimestral do Conselho de Governadores da AIEA, constituído por 35 países. A cúpula está prevista para 6 de junho.
“Espero que o tempo entre o presente momento e a emissão de meu relatório seja bem utilizado, para termos ao menos um princípio de resposta verossímil sobre essas coisas”.
Os esforços de Grossi para obter informações não são parte das negociações mais amplas sobre o acordo, mas um impasse pode levar a uma nova confrontação entre os países, em detrimento do diálogo indireto conduzido entre Irã e Estados Unidos