Um tribunal francês suspendeu, na quarta-feira (25), uma decisão do Conselho Municipal de Grenoble de permitir que mulheres muçulmanas usem o burquíni, um traje de banho de corpo inteiro, nas piscinas públicas da cidade.
O ministro do Interior, Gerald Darmanin, elogiou a decisão do tribunal administrativo no Twitter.
“Excelentes notícias: na sequência do nosso recurso, o tribunal administrativo suspende a deliberação da Câmara Municipal de Grenoble que autoriza o ‘burquíni’ nas piscinas municipais, graças às ferramentas da lei separatista pretendida por Emmanuel Macron!”, ele disse.
O Tribunal ordenou a suspensão da regra, que deveria entrar em vigor até 1º de junho, por denúncia da prefeitura de Isere, onde fica Grenoble.
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Observou, ainda, que as regras alteradas permitiram que “alguns usuários se libertassem da obrigação de usar roupas justas para fins religiosos”, o que “prejudicou seriamente o princípio da neutralidade do serviço público”.
Darmanin e as autoridades da prefeitura levantaram objeções contra o burquíni, por ser considerado “roupa islâmica” e contrariar o princípio da laicidade estabelecido pela lei de 1905, bem como as disposições de uma controversa lei de 2021 que confirma o respeito aos princípios da a República. A exibição de sinais religiosos em locais públicos ou edifícios de propriedade do governo é proibida por lei.
Em 16 de maio, o conselho da cidade de Grenoble aboliu as restrições a roupas anormais, autorizando assim as mulheres a nadar vestindo o burquíni ou com seios nus em piscinas públicas. Foi a segunda cidade depois de Rennes a permitir burquínis em locais públicos.