O presidente argelino Abdelmadjid Tebboune afirmou nesta quinta-feira (26), durante coletiva de imprensa junto de seu homólogo italiano Sergio Mattarella, na cidade de Roma, que ambos os países estão prontos para ajudar a Tunísia a “superar a crise vigente e regressar ao caminho da democracia”.
Os comentários de Tebboune foram feitos durante sua visita de três dias à Itália, que teve início na quarta-feira (25).
“Há uma confluência de nossas posições e, por vezes, uma enorme convergência nos pontos de vista da Itália e da Argélia sobre as questões regionais contemporâneas”, reafirmou Tebboune.
Tebboune insistiu ainda que Argélia e Itália “não buscam qualquer interesse na Líbia, mas estão preparados para auxiliar sua estabilidade … conduzir eleições legislativas, que deem autoridade ao povo, e construir fundações para um estado democrático”.
De sua parte, Matarella confirmou conversar longamente sobre a crise na Líbia com seu homólogo argelino e corroborou a versão de uma “convergência de opiniões”.
“Também conversamos sobre a necessidade de socorrer a economia tunisiana e instituir as bases para a democracia”, prosseguiu o presidente italiano. “Nossos países têm apenas um interesse: conceder apoio ao povo tunisiano”.
Desde 2011 — quando foi destituído o longevo ditador Muamar Kadafi, por revolução popular, com apoio externo —, a Líbia vive uma crise política e de segurança devido a disputas internas de poder. Na mesma ocasião, no contexto da Primavera Árabe, a Tunísia obteve aparente êxito em seu processo revolucionário, ao depor Zine el-Abidine Ben Ali.
Entretanto, em 25 de julho de 2021, o então presidente tunisiano Kais Saied assumiu poderes quase absolutos, ao exonerar o premiê Hichem Mechichi, suspender o parlamento, revogar a imunidade de ministros e passar a governar por decreto.
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