ONU renomeia programa de mídia em homenagem a Shireen Abu Akleh

A Organização das Nações Unidas (ONU) renomeou seu programa anual de treinamento a repórteres palestinos em homenagem a Shireen Abu Akleh, correspondente da Al Jazeera baleada e morta por tropas israelenses em 11 de maio, na Cisjordânia ocupada.

Stephane Dujarric, porta-voz das Nações Unidas, anunciou a decisão nesta terça-feira (31), ao descrever Abu Akleh como “pioneira para mulheres árabes e exemplo a jornalistas do Oriente Médio e de todo o mundo”.

Previamente, Riyad Mansour, embaixador palestino na ONU, fez um apelo ao Secretário-Geral António Guterres para rebatizar o programa em memória de Abu Akleh.

“Como ferrenho apoiador da liberdade de imprensa e das liberdades fundamentais em todo o mundo, peço que honremos esta corajosa jornalista”, declarou Mansour, na ocasião.

De sua parte, Guterres confirmou que o Departamento de Comunicação Global da ONU, que administra o treinamento, “acolhe a proposta de honrar a bravura e o legado de Shireen Abu Akleh, ao renomear o programa para apresentadores e jornalistas palestinos”.

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Mansour agradeceu a “homenagem internacional”, ao reiterar que Abu Akleh amplificou a voz dos palestinos oprimidos por um quarto de século, ao expor crimes e atrocidades da ocupação israelense. O diplomata insistiu que a medida deve encorajar repórteres palestinos, sobretudo jovens mulheres, a participar do programa e seguir o exemplo de Abu Akleh.

Em 1995, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou uma resolução para requerer do Departamento de Comunicação Global que concedesse assistência ao povo palestino em termos de desenvolvimento de mídia.

Desde então, 200 jornalistas palestinos participaram do programa.

Israel executou Abu Akleh em 11 de maio, durante cobertura da invasão militar ao campo de refugiados de Jenin. A jornalista de 51 anos vestia colete e capacete de imprensa, quando foi baleada na cabeça por um franco-atirador. Seus colegas foram alvejados ao tentar resgatá-la.

A procissão funeral de Shireen Abu Akleh também foi brutalmente atacada pela polícia israelense, enquanto passava com seu caixão pelas ruas de Jerusalém Oriental.

Israel mata a tiros a jornalista da Al Jazeera Shireen Abu Akleh durante a invasão de Jenin [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

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