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General Mills se rende ao BDS: está fora de Israel

Ativista da organização americana Women Against Militay Madness (WAMM), de mulheres contra as “loucuras militares”, participa de ato em frente à General Mills pela saída do assentamento ilegal israelense[MDWW]

A empresa General Mills anunciou esta semana que vendeu sua participação na joint venture em Israel para uma empresa local, a Bodan Holdings, alegando motivos estratégicos sobre onde produzir seus produtos e quais. Com isso adquiriu o passaporte de saída da lista divulgada pela ONU de empresas que lucram com a ocupação ilegal de territórios palestinos, entre elas Airbnb, Alstom, Booking.com, Expedia, Motorola Solutions e TripAdvisor. Mais ainda, escapou da lista de empresas alvo da campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) promovida mundialmente.

Charge usada pela campanha da organização Comitê de Serviço dos Amigos Americanos (AFSC) pela saida da General Mills de israel.[AFSC]

A General Mills mantém em Israel a marca Pillsbury, fabricando produtos de panificação congelados no assentamento ilegal de Atarot, ao norte de Jerusalém, .onde Israel mantem um dos maiores parques industriais da ocupação e planeja construir milhares de novas unidades ilegais para colonos israelenses.

Card da campanha da AFSC afirma que Mas a Pillsbury fabrica produtos em um assentamento israelense ilegal no território palestino ocupado,  violando a lei internacional e contribuindo para graves abusos dos direitos humanos.[AFSC]

A inclusão do  nome  na lista da ONU jogou por terra a propaganda de responsabilidade social e ética da General Mills, que afirma usar “o poder dos alimentos para criar mudanças reais em nosso planeta e em nossas comunidades”. Como marketing institucional, a  americana se orgulha de promover a inclusão, defender valores públicos, combater a fome, o desmatamento e defender a água, entre outras coisas que o apartheid israelense rouba dos palestinos.

Por isso, nos Estados Unidos, uma campanha pelo fechamento da Pillsbury em Israel ganhou força e gerou uma petição com 11 mil assinaturas afirmando que a empresa lucra com o apartheid, em um assentamento israelense que  “eslocou, explorou, sufocou e prejudicou vidas, meios de subsistência e terras palestinas locais”

Promotores da  campanha iniciada há dois anos aplaudiram a venda de sua participação na  subsidiária israelense. Aplaudimos a General Mills. Mas pediram que a empresa corte “todos os laços com a ocupação israelense” e de comprometa a “parar de comprar produtos Pillsbury da fábrica Atarot”.

Militantes da organização Women Against Militay Madness  (WAMM), de mulheres contra as “loucuras militares”, também aderiram à campanha participando de atos em frente à General Mills.

Embora não cite motivações políticas ou a campanha de boicote,  a General Mills diz que  a saída de Israel está centrada em “escolhas estratégicas sobre onde priorizar nossos recursos para gerar retornos superiores”. E que, “internacionalmente, a estratégia inclui esforços para reformular o portfólio da empresa para um crescimento sustentável e lucrativo, aumentando seu foco em plataformas globais vantajosas, que incluem comida mexicana, sorvetes super premium e lanchonete”. Também anunciou que vai parar com o negócio de venda de massas congeladas para a Europa.

LEIA: Americanos pedem boicote à General Mills sobre sua fábrica em Jerusalém Oriental

Card da campanha da AFSC de boicote à General Mills  mostra localização da empresa em assentamento ilegal no território palestino ocupado [AFSC]

A empresa israelense Bodan Holdings já fazia parte da joint venture da Pillsbury  e ficou com as ações da General Mills. Das 112 companhias instaladas em territórios palestinos ocupados  listadas pela ONU, 94 são israelenses e 18 de seis outros países: Estados Unidos, Reino Unido, Luxemburgo, Holanda, Tailândia e França. As pressões internacionais por boicote contra a ocupação e apartheid  estão mexendo com esses números.

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