O ministro das Relações Exteriores libanês Abdallah Bou Habib anunciou na sexta-feira que o Líbano pode não continuar a hospedar sírios deslocados se a Europa não adotar um roteiro claro para devolvê-los para casa, informou a Agência Anadolu.
“Acolhemos refugiados há quase 11 anos, enquanto os europeus ainda não têm um roteiro claro para acabar com esta crise”, expressou Bou Habib.
Bou Habib disse que o Líbano não pode mais tolerar a presença de um grande número de sírios deslocados em seus territórios, o que tem pesado fortemente na economia e na sociedade do país.
“Tudo o que queremos das organizações internacionais é parar de pagar aos refugiados no Líbano enquanto os ajudamos em seu retorno à sua terra natal”, enfatizou.
As declarações de Bou Habib vieram em um comunicado presidencial divulgado depois que ele informou o presidente sobre suas recentes visitas a Washington, Nova York e Bruxelas.
Em abril, um comitê do governo confirmou que o país não seria capaz de suportar o grande número de refugiados sírios.
O Líbano continua sendo o país que abriga o maior número de refugiados per capita, com uma estimativa do governo de 1,5 milhão de refugiados sírios.
O país está sofrendo uma grave crise financeira que mergulhou mais de 74% da população na pobreza.
Em 9 de maio, o ministro libanês do bem-estar disse que a questão dos sírios deslocados infligiu perdas ao país estimadas em US$ 30 bilhões, pedindo que a comunidade internacional pague uma compensação.
Autoridades libanesas afirmaram várias vezes que seu país não conseguiu controlar a imigração ilegal através do Mediterrâneo para a Europa, que está pedindo ao Líbano que impeça os imigrantes de navegar por suas costas.