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Cinema britânico tira filme de cartaz após protestos da comunidade islâmica

Cidadãos muçulmanos protestaram pacificamente em Birmingham, Bolton, Bradford e Sheffield, devido ao retrato ‘pejorativo’ de uma das mais importantes figuras do Islã
Cidadãos muçulmanos protestaram pacificamente em Birmingham, Bolton, Bradford e Sheffield, devido ao retrato ‘pejorativo’ de uma das mais importantes figuras do Islã
Cidadãos muçulmanos protestaram pacificamente em Birmingham, Bolton, Bradford e Sheffield, devido ao retrato ‘pejorativo’ de uma das mais importantes figuras do Islã

O grupo Cineworld — segunda maior rede de cinema do mundo — removeu de suas salas no Reino Unido um filme considerado ofensivo a muçulmanos, após protestos contra sua versão da biografia de Fatima, filha do Profeta Muhammad.

O drama “Lady of Heaven” — lançado em 3 de junho no mercado britânico — foi retirado de cartaz após manifestações pacíficas da comunidade islâmica em frente a salas de cinema em Birmingham, Bolton, Bradford e Sheffield.

Em comunicado divulgado na terça-feira (7), o Cineworld confirmou cancelar todas as exibições futuras da obra em questão, em nome da “segurança de funcionários e consumidores”.

A primeira cena remete ao período de tirania do grupo terrorista Estado Islâmico (Daesh) em grande parte do Iraque. Em seguida, a obra descreve supostos eventos da vida de Fatima, ao vinculá-los a um drama contemporâneo de uma jovem órfã iraquiana.

Embora o roteiro adote uma perspectiva xiita sobre a vida de Fatima, ambas as denominações (sunitas e xiitas) se juntaram em protesto.

Mesmo o regime no Irã — afamado por seu proselitismo sobre discursos xiitas em âmbito global — decidiu censurar a obra no mercado nacional, ao indicar divisionismo no mundo islâmico. “Lady of Heaven” também foi banido no Egito e Paquistão.

O roteiro foi escrito pelo clérigo kuwaitiano Yasser al-Habib, que preside a União de Servos de Mahdi, associação xiita sediada em Londres. Ao longo dos anos al-Habib se tornou uma figura polêmica, após ofensas a companheiros de Muhammad e mesmo sua esposa Aisha — a quem descreveu como “inimiga de Deus”.

“Lady of Heaven” foi dirigido por Eli King, ator australiano de descendência copta, denominação egípcia que remete ao primeiro século do cristianismo.

Com orçamento de US$15 milhões, a produção coube à corporação britânica Enlightened Kingdom; os direitos pertencem à Hannibal Media, radicada em Los Angeles.

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