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Embaixador de Israel é eleito vice-presidente da Assembleia Geral

Gilad Erdan, embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), foi eleito ao cargo de vice-presidente da Assembleia Geral, medida que pode conferir à ocupação maior influência na organização.

Gilad Erdan, embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), foi eleito ao cargo de vice-presidente da Assembleia Geral, medida que pode conferir à ocupação maior influência na organização.

Erdan assumirá o cargo junto de 21 colegas em setembro próximo, quando se iniciam os encontros anuais da Assembleia Geral. O assento deve conceder ao diplomata sionista a presidência sobre reuniões de cúpula e poderes sobre decisões de pauta.

Erdan descreveu o assento como importante plataforma para enfrentar “mentiras dos palestinos e de outros indivíduos nas Nações Unidas”.

“Este triunfo manda uma mensagem clara a nossos inimigos de que não nos impedirão de exercer funções de liderança nas Nações Unidas e na arena internacional”, comemorou o diplomata israelense. “O ódio jamais vencerá a verdade; não vou permitir!”

Sua nomeação coincide com reivindicações cada vez mais eloquentes de grupos de direitos humanos por investigações das Nações Unidas sobre as violações conduzidas por Israel nos territórios palestinos ocupados.

LEIA: Linha do tempo: leis e medidas anti-palestinas de Israel desde 1948

O caso mais notório dos últimos tempos foi o assassinato da repórter palestino-americana Shireen Abu Akleh, veterana da rede Al Jazeera, baleada por um franco-atirador enquanto cobria uma invasão israelense ao campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia.

Israel negou o crime e tentou culpabilizar supostos atiradores palestinos. Contudo, testemunhas, imagens e vídeos confirmam responsabilidade da ocupação.

A Relatoria Especial da ONU para a Palestina ocupada admitiu que o assassinato pode equivaler a crime de guerra. Abu Akleh vestia colete e capacete de imprensa quando foi atingida debaixo da orelha; colegas que tentaram resgatá-la foram alvejados.

Embora as Nações Unidas reconheçam o uso de políticas discriminatórias — incluindo apartheid — por parte de Israel, assim como violações diárias da lei internacional, pouco foi feito por seus estados-membros para responsabilizar o estado ocupante.

Analistas e grupos de direitos humanos advertem que a nova posição de Erdan pode servir para entrincheirar ainda mais a impunidade israelense.

Erdan, contudo, não é o primeiro embaixador israelense escolhido ao cargo. Seu antecessor, Danny Danon, foi nomeado um dos vice-presidentes da 72ª sessão da Assembleia Geral, em 2017.

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