Forças alinhadas ao general renegado Khalifa Haftar, que detêm controle sobre o leste da Líbia, expandiram nesta quinta e sexta-feira — 9 e 10 de junho — seu embargo militar à produção de petróleo, ao suspender o trabalho de dois novos terminais de exportação e ameaçar fechar um terceiro, reportaram engenheiros locais à agência de notícias Reuters.
Os portos de Ras Lanuf e Es Sider, no norte do país, tiveram suas operações suspensas. Hoje, um grupo armado demandou o fechamento do porto de Hariga. Além disso, engenheiros no campo de Sarir confirmaram redução de sua produção de petróleo.
A produção líbia já caiu pela metade, alcançando o índice de 600 mil barris por dia (bpd), após facções fecharem os campos de Sharara e El Feel no último mês. O campo de Sharara retomou brevemente suas atividades nesta semana, mas foi novamente paralisado.
Líderes tribais insistem na interrupção das cadeias de petróleo no sul e centro da Líbia até que o primeiro-ministro Abdul Hamid Dbeibeh — cujo governo é reconhecido pelas Nações Unidas — ceda o poder a Fathi Bashaga, nomeado ao cargo pela Câmara dos Representantes radicada em Tobruk, no leste do país.
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Analistas e diplomatas observam que a paralisação foi deflagrada pelas principais facções orientais, incluindo o autodenominado Exército Nacional da Líbia, comandado por Khalifa Haftar.
A Líbia continua sob impasse e tensões latentes, após quase dois anos de paz relativa, quando comparada à ofensiva frustrada de Haftar contra a capital Trípoli, em 2020. Períodos de atrito no país costumam acompanhar a interrupção na produção e no envio de petróleo ao exterior.