Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

União Europeia propõe acordo de gás natural com Egito e Israel

Compressores de gás natural em 21 de março de 2022 [Sean Gallup/Getty Images]

A Comissão Europeia sugeriu a seus estados-membros um novo acordo com Egito e Israel, para ampliar importações de gás natural do Mediterrâneo Oriental, conforme documento preliminar encaminhado à agência Reuters na última terça-feira (7).

O memorando de entendimento — sujeito a emendas e aprovação dos respectivos governos — faz parte dos esforços da União Europeia para reduzir sua dependência de combustíveis fósseis importados da Rússia, após a invasão ordenada por Vladimir Putin contra a Ucrânia.

“O gás natural a ser enviado à Europa terá origem da República Árabe do Egito, do Estado de Israel ou de qualquer outra fonte no Mediterrâneo Oriental, incluindo membros do bloco na região”, destacou o documento preliminar de nove páginas.

A União Europeia confirmou previamente suas intenções de firmar um acordo trilateral com Egito e Israel antes do fim do semestre; porém, detalhes do esboço recente ainda não foram publicados. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, deve visitar a cidade do Cairo na próxima semana.

A Comissão Europeia não comentou o documento vazado até então, tampouco confirmou sua possível assinatura durante a viagem de von der Leyen à capital egípcia.

LEIA: Israel teme ataques à exploração do campo de gás Karish em águas disputadas

O texto estabelece princípios para aprimorar a cooperação trilateral, mas não detalha a quantidade de gás natural a ser importado à Europa tampouco seu cronograma.

O documento, no entanto, confirma o uso da infraestrutura egípcia, ao corroborar os planos do regime de Abdel el-Sisi para consolidar o estado norte-africano como exportador majoritário de gás natural.

O acordo terá prazo de nove anos a partir de sua assinatura, segundo as informações. Contudo, há lacunas que sugerem emendas em parágrafos de destaque.

O governo egípcio não comentou o suposto pacto, até então.

Financiamento da Europa

O Egito exportou 8.9 bilhões de metros cúbicos de gás natural em 2021 e 4.7 bilhões de metros cúbicos nos primeiros cinco meses deste ano, segundo dados da Refinitiv Eikon. Seus principais compradores são estados asiáticos.

Israel planeja dobrar sua produção de gás natural a cerca de 40 bilhões de metros cúbicos nos próximos anos, na esperança de conquistar o mercado europeu e construir um gasoduto para exportar maior volume ao Egito.

A União Europeia importou 155 bilhões de metros cúbicos da Rússia no último ano, isto é, aproximadamente 40% do consumo total dos países-membros.

Sob o novo acordo, o Egito poderia obter parte do gás natural transportado a Europa e outros mercados através de sua infraestrutura e então empregá-lo para consumo doméstico ou para exportação.

As partes “trabalharão colaborativamente para estabelecer formas e meios apropriados para implementar os objetivos do memorando, com intuito de deferir a exportação de gás natural aos mercados da União Europeia”, antevê o documento.

LEIA: Líbano alerta Israel contra expropriação de riquezas marítimas

O acordo, no entanto, não introduz compromissos legais ou financeiros aos signatários.

Sob o plano, o bloco europeu pode financiar novas estruturas para desacelerar o investimento em combustíveis fósseis no exterior — “a menos que sejam absolutamente coerentes com um caminho claramente definido à neutralidade climática”.

Os recursos serão então fornecidos para desenvolver tecnologias de redução de emissões poluentes e descarbonização do gás natural.

Dessa maneira, os eventuais parceiros deverão engajar-se para reduzir vazamentos de metano, pesquisar novas tecnologias e explorar possibilidades de reciclagem de carbono no decorrer da cadeia produtiva, conclui o documento.

Líbano alerta Israel contra ações agressivas em mares disputados [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Categorias
ÁfricaEgitoEuropa & RússiaIsraelNotíciaOrganizações InternacionaisOriente MédioRússiaUcrâniaUnião Europeia
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments