A União Geral dos Trabalhadores da Tunísia (UGTT) reiterou no sábado sua rejeição às condições propostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para reformar os setores econômicos do país, informou a Agência Anadolu.
“Não aceitaremos as condições dolorosas e prejudiciais impostas pelo FMI ao nosso país”, disse Noureddine Taboubi, secretário-geral da poderosa entidade trabalhista da Tunísia, em discurso na capital Tunis.
O país enfrenta sua pior crise financeira e está buscando um empréstimo de US$ 4 bilhões do FMI.
O FMI pediu ao governo da Tunísia que corte os subsídios aos produtos e serviços alimentares básicos e regule a folha de pagamento dos funcionários públicos.
“A UGTT não rejeita o diálogo com o governo, mas o sindicato não aceitará a participação em nenhuma farsa de diálogo”, disse Taboubi.
A UGTT planeja realizar uma greve geral em 16 de junho em protesto contra a recusa do governo em aumentar os salários.
Com mais de um milhão de filiados, a união sindical pede aumentos salariais para os trabalhadores estatais, já que a inflação atingiu um nível recorde de 7,5% em abril, 7,2% em março e 7% em fevereiro.
A Tunísia vive uma profunda crise política desde 25 de julho de 2021, quando o presidente Kais Saied demitiu todo o governo, suspendeu o parlamento e assumiu o poder executivo, em um movimento descrito pelos oponentes como um “golpe”. Mais tarde, ele dissolveu o parlamento em março, depois que os legisladores realizaram uma sessão para revogar suas medidas.
LEIA: Segundo dia de greve judicial na Tunísia tem adesão de 99%