Pesquisadores descobrem túmulos islâmicos do período Omíada na Síria

Mesquita Omíada em Idlib, Síria, 25 de junho de 2017. [Mohammed Karkas/Agência Anadolu]

Pesquisadores suecos descobriram um provável centro funerário islâmico do período Omíada, cujas origens foram estimadas entre o final do século VII e início do século VIII d.C..

Segundo estudo publicado na quinta-feira (9) pela revista científica Communications Biology, duas sepulturas individuais foram escavadas na região de Tell Qarassa do Norte, considerada foco de atividades neolíticas, perto da aldeia de Qarassa, no sul da Síria.

Um homem e uma mulher foram localizados em jazigos estreitos perto da superfície; testes por radiocarbono remeteram as amostras ao período Omíada. A direção dos corpos coincide com a posição de Meca, o que sugere que foram sepultados conforme ritos islâmicos.

“Com intuito de estudar os primeiros grupos agrários da região, submetemos os restos mortais de 14 seres humanos para análise de DNA”, declarou Cristina Valdiosera, arqueogeneticista da Universidade de Burgos, na Espanha, que coordenou o estudo.

“Apenas dois indivíduos das camadas superiores do local continham amostras suficientes de DNA endógeno para análise; pressupomos que ambos as sepulturas remetem à Pré-História tardia. Após a datação por radiocarbono, constatamos algo de inesperado e extraordinário”.

“Ambos parecem diferir geneticamente de levantinos antigos ou modernos”, confirmou Megha Srigyan, bióloga evolutiva. “Os grupos modernos mais similares — embora não idênticos — são beduínos e sauditas, o que sugere possível conexão com a Península Arábica”.

“A maior parte de nossa evidência é indireta, mas os diversos dados reunidos indicam que este homem e esta mulher pertenciam a grupos nômades que estavam longe de casa, o que sugere, por sua vez, a presença dos primeiros muçulmanos no interior da Síria”, elucidou o geneticista Torsten Günther, da Universidade de Uppsala, que coorientou o estudo.

Em 2009 e 2010, escavações em Tell Qarassa encontraram diversas sepulturas. A expedição foi coordenada por uma equipe franco-espanhola que reuniu estudantes sírios, sob autorização da Diretoria Geral de Antiguidades e Museus (DGAM) do governo em Damasco.

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