A Arábia Saudita prometeu doar US$10 milhões para cooperar com uma operação cujo objetivo é impedir que o navio FSO Safer, abandonado na costa do Iêmen, no Mar Vermelho, incorra em uma catástrofe de derramamento de petróleo.
O FSO Safer — embarcação de 45 anos — permanece atracado com uma carga equivalente a 1.1 milhões de barris de petróleo, a quase dez quilômetros da cidade iemenita de Hudaydah, sob controle do grupo paramilitar houthi.
Neste domingo (12), o Centro de Socorro Humanitário Rei Salman reportou em comunicado que a monarquia decidiu doar US$10 milhões aos esforços de prevenção da crise.
Uma explosão ou vazamento pode levar a um dos piores desastres de derramamentos de petróleo da história, segundo estudo conduzido pela organização Greenpeace.
Os recursos sauditas somam-se aos US$33 milhões anunciados por outros países, em maio, durante conferência organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Holanda para solucionar o problema do petroleiro à deriva.
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No entanto, o valor ainda é abaixo do orçamento necessário: estimado em US$80 milhões para transferir os 1.1 milhões de barris do Safer a outro petroleiro. No total, a operação deve custar US$144 milhões, incluindo para conferir segurança ao petroleiro abandonado.
A contribuição saudita sucede em quatro dias um apelo do Greenpeace à Liga Árabe para convocar uma reunião emergencial sobre o navio. Ambientalistas advertem que o valor é irrisório comparado aos US$20 bilhões necessários para limpar o Mar Vermelho.
As Nações Unidas recomendaram que a operação fosse concluída até o fim de setembro, a fim de evitar “ventos turbulentos” que atingem a área nessa época do ano.
O petroleiro está sem manutenção desde 2015, o que levou à erosão do casco.
As Nações Unidas alertam que o FSO Safer contém quatro vezes mais petróleo do que aquele derramado pelo desastre da Exxon Valdez, em 1989 — uma das piores catástrofes ambientais da história humana.