O Human Rights Watch (HRW) descreveu o cerco israelense contra a Faixa de Gaza como parte de seus “crimes de lesa-humanidade de apartheid e perseguição”, segundo relatório publicado na segunda-feira (13), para recordar o 15° aniversário do bloqueio militar.
“As restrições generalizadas de Israel sobre deixar Gaza privam mais de dois milhões de pessoas de melhores oportunidades de vida”, destacou o HRW. “O fechamento devastou a economia de Gaza, contribuiu para a fragmentação do povo palestino e constitui parte dos crimes israelenses de lesa-humanidade, na forma de apartheid e perseguição contra milhões de palestinos”.
“A política de embargo proíbe a maioria dos residentes de Gaza de viajar à Cisjordânia, e veta profissionais, artistas, atletas, estudantes e outros de buscar oportunidades na Palestina e no exterior, via Israel; portanto, ao restringir seu direito a trabalho e educação”, reiterou o HRW.
Ao mesmo tempo, prosseguiu o relatório: “Políticas restritivas do Egito na travessia de Rafah, incluindo atrasos desnecessários e maus tratos aos viajantes, exacerbaram o estrago oriundo do bloqueio à pauta de direitos humanos”.
Por 15 anos consecutivos, denuncia o Human Rights Watch:
Os palestinos em Gaza estão presos no que é efetivamente uma prisão a céu aberto.
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“A ocupação impede a vasta maioria dos residentes de Gaza de deixar o território por meio da travessia de Erez, seu único acesso à Cisjordânia via Israel”, reiterou o relatório. “Os palestinos deveriam ter liberdade de ir e vir, sobretudo entre Gaza e Cisjordânia”.
“Devido às restrições israelenses, a travessia egípcia de Rafah tornou-se o contato primário dos residentes de Gaza com o mundo exterior”, corroborou o documento. “Israel deve encerrar sua proibição sobre viagens com origem e destino de Gaza e assentir com liberdade de movimento, sujeita, na pior das hipóteses, a análises individuais de segurança”.
“O Egito deve também encerrar suas políticas restritivas, incluindo atrasos e maus tratos, que amplificam os efeitos da política de embargo outorgada por Israel”, concluiu.