Segundo relatos publicados pela mídia estatal na quarta-feira (15), o Ministério da Economia dos Emirados outorgou a interrupção da exportação e reexportação de todos os produtos de trigo e variantes, incluindo farinha, provenientes da Índia.
Qualquer empresa que queira exportar trigo indiano dos Emirados deverá submeter um pedido ao ministério e encaminhar diversos documentos regulatórios, para determinar a origem e data de transação das remessas.
O anúncio emiradense sucede em um mês a decisão de Nova Delhi de proibir a exportação de seus insumos de trigo, com intuito de preservar seu mercado doméstico sob escassez oriunda do covid-19 e da invasão da Rússia contra a Ucrânia – que juntos exportam aproximadamente 30% do trigo consumido em escala global.
Alguns países são isentos da proibição, devido a acordos pré-existentes ou risco iminente de colapso alimentar. Entre os países, estão Egito e Omã; os Emirados negociam sua liberação.
Em 2020, Abu Dhabi importou US$146 milhões em trigo da Rússia. Contudo, com a guerra na Ucrânia e as subsequentes sanções internacionais impostas ao Kremlin, a Índia supostamente apresentou-se para suprir a lacuna.
Dessa maneira, a justificativa emiradense para suspender a reexportação de trigo indiano remete, sobretudo, à manutenção de seu consumo interno e ao devido cumprimento das condições estabelecidas por Nova Delhi.
Segundo o Indian Express: “A Índia não quer que seu trigo exportado a Dubai ou Abu Dhabi seja enviado a outros países, seja como grão ou farinha. A Índia deseja que seu trigo seja consumido em âmbito local, incluindo por trabalhadores indianos radicados nos Emirados”.
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