A Corte de Magistrados de Ramle avaliou neste domingo (19) a elegibilidade do prisioneiro palestino Ahmed Manasra para soltura antecipada, conforme a Lei de Indultos de Israel de 2001. No entanto, não anunciou seu veredito até então, confirmou a defesa.
Segundo o advogado Khaled al-Zabarqa, a decisão deve ser emitida dentro de uma semana.
“Pedimos ao conselho que indefira a designação de terrorismo ao caso de Ahmed e o transfira ao comitê de soltura antecipada, sobretudo devido a seus problemas de saúde física e mental”, comentou al-Zabarqa.
Al-Zabarqa relatou visitar seu cliente na prisão e encontrar sinais de trauma em seu braço esquerdo até o pulso, além de ferimentos no braço direito. O prisioneiro, contudo, não se comunicou com o advogado, seja visual ou verbalmente, e demonstrou sinais de exaustão.
De acordo com a Anistia Internacional, as condições de saúde mental do prisioneiro palestino se deterioraram durante seu período de encarceramento.
Em outubro de 2021, um perito independente comissionado pelo grupo Médicos por Direitos Humanos – Israel (PHRI) diagnosticou Ahmed Manasra com graves doenças psiquiátricas, que se degradaram desde sua prisão.
Em fevereiro deste ano, os pais de Ahmed confirmaram seu diagnóstico de esquizofrenia e depressão, incluindo tendências suicidas. Ahmed foi atropelado e espancado por soldados israelenses na ocasião de sua captura, em 2015, quando tinha apenas 13 anos.
Ahmed sofreu traumatismo craniano e foi interrogado sem a presença dos pais ou de um advogado. Seu primo foi baleado e morto.
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Desde então, Ahmed Manasra permanece detido ilegalmente sob circunstâncias hediondas.
Ahmed recebeu a sentença de 12 anos de prisão – mais tarde reduzida a nove anos –, acusado de tentativa de homicídio contra dois cidadãos judeus de um assentamento ilegal radicado nas terras ocupadas de Jerusalém Oriental. Ahmed, no entanto, não participou do ataque.
Na ocasião de sua captura, a legislação israelense não previa qualquer responsabilidade penal a menores de 14 anos. Ahmed Manasra, todavia, foi julgado e permanece detido ilegalmente sob circunstâncias hediondas desde então.
Em maio, o Serviço Penitenciário de Israel (SPI) registrou um pedido na Corte Distrital de Beersheba para estender o confinamento solitário imposto ao prisioneiro palestino.